O Lyon conseguiu reverter o rebaixamento para a Ligue 2 após recurso apresentado à Federação Francesa de Futebol (FFF) e à Direção Nacional de Controle de Gestão (DNCG). A decisão, anunciada nesta quarta-feira (9), permite que o clube dispute a primeira divisão da França na temporada 2025/26.
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A punição inicial, decretada em novembro pela DNCG, baseava-se na situação financeira precária do clube, incluindo uma dívida estimada em € 541 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões) e uma folha salarial insustentável. A DNCG confirmou o rebaixamento em junho, após reuniões com o então presidente e empresário John Textor, proprietário por meio da holding Eagle Football Group.

Para garantir sua permanência na elite do futebol francês, o Lyon apresentou um plano financeiro robusto, prevendo uma injeção imediata de € 100 milhões (R$ 640 milhões), além de outros € 100 milhões como garantia para os próximos dois anos. Esse aporte financeiro, totalizando aproximadamente R$ 1,2 bilhão, convenceu o comitê responsável a anular a decisão de queda.
Além das questões financeiras, a gestão do clube também passou por mudanças significativas. John Textor foi afastado da presidência do Lyon, e a magnata do futebol feminino Michele Kang, dona do time feminino OL Lyonnes, assumiu a presidência do clube. Kang é sócia de Textor na Eagle Football Group e já vinha ganhando destaque no cenário esportivo.

O contexto financeiro do Lyon também está ligado à outra operação de Textor: ele possui participação no Crystal Palace, clube da Premier League inglesa. Para evitar problemas relacionados às regras de propriedade múltipla da UEFA — que impedem que dois clubes sob o mesmo dono disputem a mesma competição continental —, Textor vendeu recentemente 43% das ações do Crystal Palace para Woody Johnson, empresário e proprietário do New York Jets da NFL, em um negócio avaliado em cerca de R$ 1,4 bilhão.
O acordo ainda aguarda aprovação da Premier League e da UEFA para que o Crystal Palace possa jogar a UEFA Europa League na próxima temporada, o que representa um alívio para os planos do clube inglês.
Apesar da reversão do rebaixamento, o Lyon segue sob pressão para equilibrar suas finanças e provar sustentabilidade para não repetir problemas futuros. A permanência do clube na Ligue 1 também tem impacto direto nas expectativas dos adversários, como o Crystal Palace, que busca garantir sua vaga na Europa.