Quando Enrico foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira de base, Luigi ainda era só um espectador curioso. Depois veio Francesco, e foi ali, naquele intervalo entre a surpresa e o orgulho, que ele percebeu: poderia ser também o começo do próprio caminho.
“Eu falei: meu irmão foi chamado? Depois o outro também? Isso pode ser algo bom pra mim”, lembra Luigi.
Leia também: Thiago Silva se emociona e relembra luta do Fluminense contra o rebaixamento
Até ali, o foco era outro, transitava entre futebol e beach tennis. O basquete não chamava tanto atenção, até que a realidade começou a mudar dentro de casa.
Hoje, Luigi é o caçula de uma família que respira basquete. E mesmo sendo o mais novo, precisou crescer rápido. Ao lado dos irmãos, treinava com atletas mais velhos, executava movimentos acima do seu nível e se cobrava como gente grande.
“Só de ter irmãos mais velhos, eu já fazia treinos mais difíceis. Isso me deu mais noção de jogo.“
A mudança para os EUA e o choque de cultura
Antes de embarcar para os Estados Unidos, o medo era constante. Não era só a ansiedade por competir em um novo país. Tinha receio de não se sair bem, de travar no inglês, de não se enturmar. Mas a transição foi mais suave do que ele esperava. Enrico já conhecia os caminhos. Os treinos, os técnicos, os amigos.
Enrico já estava inserido no novo ambiente, conhecia os caminhos, os colegas e o técnico, que também demonstrava simpatia por Luigi, algo que facilitou bastante o processo. Ao contrário dos irmãos, que precisaram desbravar tudo sozinhos, Luigi pôde contar com essa bagagem familiar. A experiência deles encurtou o caminho e tornou a adaptação muito mais leve, tanto dentro quanto fora de quadra.
Na quadra, o impacto veio rápido. Nos Estados Unidos, o jogo é mais físico, acelerado, com ritmo intenso e menos espaço para hesitação.
“Aqui, se você estiver livre, tem que chutar. Não importa a posição. E a quadra corre, a bola corre. Tudo é mais rápido.“
Evolução dentro e fora de quadra
Assim como no esporte, fora dele também houve adaptação. A rotina escolar norteamericana se mostrou mais leve do que a que estava acostumado no Brasil, matérias como geografia, biologia e matemática foram encaradas com facilidade.
No jogo, Luigi sabia que precisava correr atrás. Ao chegar nos Estados Unidos, percebeu que seu arremesso ainda precisava evoluir, especialmente ao se comparar com os colegas que já tinham uma mecânica mais sólida. Além disso, entendeu que precisava aprimorar também sua defesa, tornando-se mais completo e competitivo dentro de quadra. Hoje, ele reconhece o quanto evoluiu no físico, na mecânica e, principalmente, na cabeça.
“Minha defesa é meu ponto forte agora. Tive que melhorar muito meu condicionamento. Era magro, mas não aguentava o ritmo. Agora já é natural.”
Se fosse definir seu estilo em uma palavra? Ele escolhe sem pensar: “Experiente”.
Sonho verde e amarelo
Luigi já realizou um dos grandes sonhos de qualquer jovem atleta: vestir a camisa da Seleção Brasileira. E lembra com emoção da estreia.
“No meu primeiro jogo, contra o Chile, só de olhar pra bandeira… nossa, eu fiquei muito emocionado. É a melhor sensação que já senti na minha vida.”
Mesmo tão jovem, fala com lucidez sobre os próximos passos. Quer encerrar bem mais uma temporada no High School e, se tudo correr como o planejado, jogar pela Overtime Elite (OTE), uma liga que vem revelando nomes de peso rumo à NBA.
Enquanto isso, segue no ritmo que aprendeu desde pequeno: observando, treinando com intensidade, crescendo com a experiência dos irmãos e construindo o próprio nome, dentro de quadra e fora dela.