Num duelo digno de final continental, Inglaterra e Espanha travaram uma verdadeira batalha neste domingo (27), em Basel, na Suíça, e protagonizaram a primeira decisão por pênaltis da história da Eurocopa Feminina desde 1984. Depois de empate por 1 a 1 no tempo regulamentar e na prorrogação, as inglesas venceram por 3 a 1 nas penalidades e conquistaram o segundo título europeu consecutivo, consolidando a era vitoriosa sob o comando da técnica Sarina Wiegman.
Final intensa e disputada
O jogo começou com alta intensidade de ambos os lados. A Inglaterra apostava numa pressão sufocante logo na saída de bola, buscando atacar em poucos toques. Já a Espanha preferia a posse e o jogo mais cadenciado, apostando em trocas rápidas de passes e movimentações pelo lado direito.
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Foi justamente por esse setor que nasceu o gol espanhol. Aos 25 minutos, Batlle avançou pela lateral e cruzou na medida para Mariona Caldentey, que apareceu livre para cabecear com precisão e abrir o placar. A vantagem coroava o domínio espanhol no primeiro tempo, mas não foi o suficiente para desestabilizar as inglesas.
Mesmo com Lauren James deixando o campo ainda na etapa inicial por conta de uma nova lesão, a Inglaterra encontrou o equilíbrio após a entrada de Chloe Kelly — heroína da final de 2022 — que mudou o ritmo da equipe.
Resposta inglesa e equilíbrio
A virada emocional da partida começou aos 11 minutos do segundo tempo. Kelly cruzou da esquerda e encontrou Alessia Russo, que subiu com categoria para empatar de cabeça. O gol renovou a confiança inglesa, que passou a trocar passes com mais fluidez e encontrar espaços no meio-campo espanhol.
Nos acréscimos, a Espanha ainda teve chance clara com Vicky López, mas a bola subiu demais. A decisão se encaminhou para a prorrogação, onde o desgaste físico se impôs. Com ritmo mais lento, a Espanha teve mais a bola, mas pecou na criação. A Inglaterra, por sua vez, tentou encaixar contra-ataques, sem sucesso.
Decisão por pênaltis: brilho de Hampton e frieza inglesa

A disputa foi inaugurada com um susto: Mead escorregou após marcar e teve o gol anulado. Guijarro converteu o primeiro da Espanha, colocando pressão. Greenwood empatou, e aí começou o show de Hampton. A goleira inglesa defendeu os pênaltis de Caldentey e Bonmatí, mantendo a Inglaterra viva mesmo após o erro de Williamson.
Na quarta cobrança espanhola, Paralluelo também desperdiçou, e coube a Chloe Kelly a responsabilidade de encerrar a história: bateu forte no canto direito e garantiu o bicampeonato inglês. Cata Coll até foi no lado certo, mas a força do chute foi decisiva.
Sarina Wiegman, o nome por trás da era dourada
Com o título, Sarina Wiegman se consolida como uma das maiores técnicas da história do futebol feminino. Já são três conquistas continentais: duas com a Inglaterra (2022 e 2025) e uma com a Holanda (2017). Mais do que os troféus, Wiegman transformou a seleção inglesa numa equipe resiliente, competitiva e tecnicamente refinada.
Revanche e hegemonia
A conquista inglesa também tem sabor de revanche. Em 2023, na Finalíssima, a Espanha havia levado a melhor por 1 a 0. Desta vez, a Inglaterra deu o troco na hora mais decisiva e impediu o que seria o segundo grande título consecutivo da atual campeã do mundo.
A Eurocopa Feminina 2025 termina com um duelo histórico, uma nova dose de protagonismo europeu para o futebol feminino, e uma Inglaterra cada vez mais dominante no cenário internacional.