O circuito de Hungaroring, conhecido pela dificuldade de ultrapassagens, mais uma vez entregou uma corrida tensa e estratégica. Embora o GP da Hungria de 2025 não tenha sido tão movimentado em toda sua extensão, as voltas finais trouxeram uma disputa eletrizante entre os líderes do campeonato, Oscar Piastri e Lando Norris, garantindo um espetáculo para os fãs.
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Quem diria que, após uma largada complicada, seria Norris o vencedor em Budapeste. O britânico perdeu posições no início, enquanto seu companheiro de equipe e rival, Piastri, manteve a segunda colocação, pressionando Charles Leclerc. A decisão ousada de Norris de fazer apenas uma parada nos boxes, estratégia não planejada antes da corrida, foi crucial para seu triunfo.
“Foi algo que não planejamos antes da corrida, e sim como uma circunstância que apareceu depois do primeiro pit stop de Lando”, explicou Andrea Stella, chefe da McLaren, em entrevista pós-corrida.
Essa vitória não só garantiu os pontos máximos para Norris, mas também fortaleceu sua confiança para a reta final da temporada. A diferença entre ele e Piastri, que era de nove pontos, pode cair para apenas dois em caso de nova dobradinha da McLaren — que já acumula quatro consecutivas, algo que não acontecia desde 1988, época do histórico duelo entre Ayrton Senna e Alain Prost.

Por sua vez, Piastri demonstrou resignação, culpando o desgaste dos pneus causado pelo tempo perdido atrás de Leclerc, que o impediu de adotar a mesma estratégia de uma única parada.
No lado da Ferrari, o clima era de frustração. Apesar da pole position de Leclerc no sábado, o monegasco não conseguiu se manter no pódio, perdendo a terceira colocação para George Russell, da Mercedes. Lewis Hamilton, que iniciou a temporada com boas performances pela Ferrari, decepcionou ao terminar em 12º e aparentou falta de motivação no paddock.
Enquanto isso, o brasileiro Gabriel Bortoleto brilhou. Eleito o piloto do dia, o estreante da Sauber entregou sua melhor corrida na categoria, terminando em sexto — resultado que, dadas as limitações do carro suíço, equivale a uma verdadeira vitória.

Com um equipamento claramente inferior às equipes de ponta, qualquer resultado entre os oito primeiros já é considerado excepcional para a Sauber. Bortoleto vem mostrando que possui uma das qualidades mais importantes para um novato: velocidade pura. Em comparação direta com Nico Hulkenberg, seu principal rival interno, ele lidera por 10 a 7 em classificações, incluindo corridas sprint.
Além disso, Bortoleto tem superado adversários que possuem carros teoricamente superiores, como Kimi Antonelli da Mercedes e Lewis Hamilton na Ferrari. Essa consistência, capacidade de ajuste do carro e gestão de pneus destacam sua maturidade em seu ano de estreia.
Após a corrida na Hungria, o próprio piloto admitiu aumentar sua autoavaliação de 8,5 para 9,5 — reflexo da sua ascensão sólida, apesar de alguns erros ao longo da temporada, como em Silverstone.
Com as últimas atuações em Spa e Budapeste, fica claro que Gabriel Bortoleto veio para ficar na Fórmula 1.