Fluminense dá aula tática, vence a Inter de Milão e avança às quartas do Mundial de Clubes

O Fluminense está mais vivo do que nunca na Copa do Mundo de Clubes. E não foi apenas uma vitória. Foi uma exibição de respeito, de quem soube entender o jogo, respeitar a camisa pesada da Inter de Milão, mas impôs sua proposta do primeiro ao último minuto. Com gols de Cano e Hércules, o Tricolor venceu por 2 a 0 nesta segunda-feira, em Charlotte, nos Estados Unidos, e garantiu presença nas quartas de final do torneio.

Sob o comando de Renato Gaúcho, que desenhou um plano tático quase cirúrgico, o Flu controlou o jogo, neutralizou os pontos fortes dos italianos e, com uma defesa impecável, segurou a pressão quando precisou. E quando teve a bola, foi letal.

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Gol relâmpago e controle emocional

O Fluminense precisou de exatos dois minutos para deixar claro que não estava em campo para ser coadjuvante. Logo na primeira chegada com mais profundidade, Arias fez ótima jogada pela direita, cruzou, a bola desviou em Bastoni e sobrou limpa para Germán Cano. O argentino, que completava 200 jogos com a camisa tricolor, não desperdiçou. Balançou as redes e abriu o placar.

O gol cedo não só deu vantagem no marcador, como moldou o jogo. A Inter sentiu o golpe, e o Fluminense cresceu na confiança. Renato Gaúcho desenhou uma estratégia com três zagueiros — Thiago Silva, Ignácio e Freytes — e povoou o meio-campo, impedindo qualquer construção limpa dos italianos. A defesa, aliás, foi um dos pontos altos da partida. Ignácio fez uma atuação de manual, vencendo praticamente todos os duelos defensivos, seja pelo alto, seja no chão.

Fábio desafia a idade e segura a pressão

Quando o sistema defensivo foi furado, quem apareceu foi ele: Fábio. Aos 44 anos, o goleiro mostrou mais uma vez por que segue no mais alto nível do futebol mundial. Defesas em chutes de Dimarco, Mkhitaryan e Lautaro Martínez mantiveram o Flu confortável no jogo, mesmo quando a Inter tentava crescer na base da imposição física e das bolas longas nas costas dos defensores.

Aos 35 minutos do primeiro tempo, Ignácio até chegou a marcar o segundo gol, após uma sequência de três cabeçadas dentro da área, mas o lance foi anulado corretamente por impedimento.

Segundo tempo de pressão italiana… e castigo no fim

Veio a etapa final, e o roteiro mudou. A Inter adiantou suas linhas, colocou mais jogadores no campo de ataque e tentou, de todas as formas, empatar o jogo. As chances apareceram. Lautaro, principal referência ofensiva, teve três oportunidades claras em apenas três minutos — em uma delas, carimbou a trave.

De Vrij protagonizou o lance mais inacreditável da partida: recebeu sozinho na pequena área, sem goleiro, e finalizou para fora, para desespero do técnico Simone Inzaghi.

Só que futebol não perdoa quem não mata. Já nos acréscimos, o Fluminense fez valer a máxima da eficiência. Após lateral cobrado por Samuel Xavier, a bola foi desviada por De Vrij e sobrou limpa para Hércules. O volante dominou, invadiu a área e bateu cruzado, sem chance para Sommer. Fim de papo: 2 a 0, vitória consagradora.

Renato Gaúcho desmonta a Inter na prancheta e na bola

Se havia alguma dúvida sobre o impacto de Renato Gaúcho nesse Fluminense, ela ficou para trás. O treinador foi simplesmente impecável na condução da partida. Neutralizou os pontos fortes da Inter — principalmente o jogo pelos lados e as infiltrações de meio —, blindou o time nos momentos de maior pressão e ainda viu sua estratégia ser premiada com o gol no final.

Quartas à vista: quem vem agora?

O Tricolor agora vira espectador do confronto entre Manchester City e Al-Hilal, que define seu adversário nas quartas de final. Seja quem for, o recado está dado: o Fluminense chega forte, confiante e jogando um futebol maduro, capaz de enfrentar qualquer gigante.

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