Flavia Saraiva lidera a trave no Mundial de Ginástica Artística 2025 e reafirma seu sonho de ser campeã mundial. Em uma das apresentações mais aguardadas da competição em Jacarta, a carioca de 26 anos assumiu o papel de liderança da equipe brasileira, agora sem Rebeca Andrade, e mostrou maturidade e talento ao encerrar a oitava subdivisão com nota 13.833, a melhor da trave até o momento. A final do aparelho está marcada para sábado, dia 25 de outubro, último dia do campeonato.
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A ausência de Rebeca Andrade abriu espaço para que Flavia Saraiva assumisse o protagonismo do time, composto por uma mistura de experiência e juventude. Julia Soares, finalista olímpica da trave em Paris 2024, apresentou boas séries, mas um erro na saída comprometeu sua nota e a deixou fora da final.
Já Sophia Weisberg e Julia Coutinho, ambas de 15 anos e estreantes em Mundiais, encantaram o público na Indonesia Arena com energia e carisma, ainda que pequenos deslizes tenham afetado as notas. Weisberg se destacou nas barras assimétricas, salto e trave, enquanto Coutinho emocionou ao som de “Maria, Maria” em sua apresentação de solo.

Após sua apresentação, Flavia conversou com a imprensa internacional e demonstrou o equilíbrio entre leveza e ambição que marcam sua trajetória.
“Eu treinei bem a trave esse ano. Fiz a minha série, não foi a melhor, mas foi limpa e suficiente pra tirar aquela nota”, disse sorridente. Questionada sobre a possibilidade de conquistar o título mundial, ela respondeu entre risadas: “Ah, é meu sonho”.
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Antes, porém, brincou ao confessar: “Eu preciso de uma folga. Day off”. A ginasta revelou ainda que não tirou um ano sabático como Rebeca Andrade porque se sente bem e motivada:
“Quero representar o meu país, fazer as minhas melhores séries e me divertir nesse novo ciclo. Ano que vem já queremos classificar para a Olimpíada”.
Da fama à maturidade
Desde os Jogos de Paris 2024, Flavia viu sua popularidade crescer. “I’m famous now! In Brazil I’m so famous!”, brincou em inglês, antes de refletir com seriedade:
“Quando a gente ganha uma medalha olímpica, já passou. A gente reinicia, quer começar tudo de novo, novos sonhos, novas medalhas”.

No solo, Flavia fez uma apresentação correta, mas com menor dificuldade e alguns desequilíbrios, ficando fora da final. Ela usou a experiência para inspirar as mais jovens:
“Quero mostrar pra elas que o Mundial é a segunda competição mais importante do mundo. Que aproveitem, deem valor e saibam o quanto são importantes. Erros podem acontecer, mas o importante é representar o Brasil da melhor forma possível”, afirmou.
E completou:
“Obviamente queria ter feito um solo melhor, mas falhas acontecem. O que importa é levantar a cabeça e seguir trabalhando”.
Resumo das apresentações brasileiras
A equipe iniciou sua participação nas barras assimétricas, com Sophia Weisberg recebendo 12.733 (5.000 de Dificuldade e 7.733 de Execução). Julia Coutinho marcou 11.766, ficando em 49º lugar.
Na trave, Flavia foi impecável, com 13.833, única ginasta a superar nota 8.0 de execução até então. Weisberg somou 12.733, enquanto Julia Soares caiu na saída e fez 11.500, com penalidade de -0.1.
No solo, Flavia obteve 12.633, ficando na 19ª posição. Soares marcou 12.100 após sair do tablado, e Coutinho recebeu 11.633 após uma queda no final de sua série.
No salto, apenas Weisberg competiu, alcançando 13.016 após dois bons movimentos e um bônus de 0.2 na média final.
Caminho até o pódio
Com a nota 13.833, Flavia Saraiva mantém fortes chances de chegar à final e lutar pelo ouro na trave, aparelho em que já foi finalista olímpica no Rio 2016 e em Tóquio 2020. O resultado reforça sua condição de líder e referência técnica da seleção, agora em pleno processo de renovação.
Enquanto aguarda a definição das finalistas, Flavinha mantém os pés no chão, e os olhos no alto da trave.
“Estou feliz, mas quero mais. Ser campeã mundial é o meu sonho, e vou lutar por ele”, afirmou a ginasta, que volta a competir no sábado em busca de mais um capítulo dourado para a história da ginástica brasileira.









