Poucos jogadores conseguem atravessar gerações mantendo alto nível por tanto tempo. Fábio, goleiro do Fluminense, é um desses casos raros. Aos 44 anos, oriundo da cidade mato-grossense de Nobres não apenas continua atuando em alto rendimento, como quebrou recordes e marcou uma página na história do futebol brasileiro e mundial, ao alcançar o incrível número de 1.390 partidas oficiais.
Os primeiros passos
A trajetória começou no União Bandeirante, em 1997. Jovem e seguro, já chamava atenção pela liderança dentro da área recebendo convocações para a Copa do Mundo Sub 17 e 19. Em seguida, seguiu para o Vasco da Gama, onde se firmou entre 2000 e 2004, disputando cerca de 150 partidas. No clube carioca, ganhou experiência, rodagem e seus primeiros holofotes no futebol brasileiro.
LEIA TAMBÉM: Corinthians tem a melhor taxa de ocupação no Brasileirão em 2025

Passagem pelo Vasco
Foram cerca de 150 jogos pelo Cruzmaltino até 2004, período em que dividiu espaço com goleiros mais experientes, mas soube se impor com atuações seguras. Fábio esteve presente em campanhas importantes, como a da Copa Mercosul de 2000, torneio vencido pelo Vasco em uma final histórica contra o Palmeiras, e fez parte do grupo que conquistou o Campeonato Carioca de 2003.
No Vasco, o jovem goleiro viveu a transição de promessa para um goleiro mais experiente e formado. Foi ali que ganhou confiança, enfrentou grandes clássicos cariocas e mostrou a regularidade que mais tarde o transformaria em referência nacional. Sua saída em 2004, rumo ao Cruzeiro, encerrou uma fase de transição e abriu caminho para o período mais vitorioso de sua carreira.
As atuações de Fábio pelo Gigante da Colina foram reconhecidas pelo técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, que convocou o goleiro para a Copa das Confederações, em 2003, e a histórica Copa América de 2004, vencida pelo Brasil, em cima da Argentina.

A era de ouro no Cruzeiro
Contratado em 2005, permaneceu no clube por 17 anos ininterruptos, até 2021, tornando-se o jogador com mais partidas na história da Raposa: 976 jogos oficiais.
No Cruzeiro, Fábio simbolizou a alma do time, com defesas decisivas, liderança incontestável e uma ligação afetiva com a torcida que transcendia resultados. Entre seus títulos mais marcantes estão:
- Bicampeonato Brasileiro (2013 e 2014)
- Bicampeonato da Copa do Brasil (2017 e 2018)
- 7 Campeonatos Mineiros
Além das taças, o goleiro foi eleito melhor da posição em diversas temporadas e é considerado um dos grandes ídolos da história cruzeirense. Mesmo em momentos difíceis, como o rebaixamento de 2019, manteve-se firme e foi voz de liderança e construiu o renascimento do Cruzeiro após o rebaixamento
Quando deixou Belo Horizonte em 2022, Fábio partiu de maneira dolorosa para a torcida, mas saiu carregando o respeito absoluto e a gratidão de uma geração inteira. Sua passagem pelo Cruzeiro foi mais do que vitoriosa: foi uma história de lealdade, resiliência e grandeza no futebol.

Renascimento no Fluminense
Chegando ao Fluminense em 2022, muitos questionaram se Fábio, aos 41 anos, conseguiria manter o desempenho que marcou sua carreira. A resposta veio em campo. Rapidamente assumiu a titularidade e se tornou referência no elenco, ajudando o Tricolor a conquistar dois títulos cariocas e a Libertadores da América de 2023, a primeira da história do clube.
Em 2024, conquistou a Recopa Sul-Americana, além de Taça Guanabara e Campeonato Carioca. Aos 44 anos, segue como titular incontestável, sendo um pilar do Tricolor das Laranjeiras e foi um dos principais destaques na campanha do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes.
Em sua passagem pelo Fluminense, Fábio conseguiu bater os recordes de Buffon e Peter Shilton.

Um goleiro de recordes
- Primeiro jogador a atingir 100 partidas na Copa do Brasil;
- Mais de 700 jogos de Campeonato Brasileiro;
- Ultrapassou Gianluigi Buffon em “clean sheets”, com mais de 500;
- Em 2025, igualou Peter Shilton, com 1.390 partidas competitivas na carreira.