F1 confirma GP da Áustria no calendário até 2041 e celebra legado de Spielberg

A Fórmula 1 confirmou neste fim de semana a renovação do contrato do GP da Áustria até 2041, garantindo a permanência da etapa no calendário por pelo menos mais 16 temporadas. O anúncio foi feito no domingo (29), durante as atividades do Grande Prêmio em Spielberg, e consolida o circuito como uma das peças centrais da história recente e futura da categoria.

“A Áustria tem sido uma corrida incrivelmente especial para a Fórmula 1”, afirmou Stefano Domenicali, presidente da F1. “É fantástico termos assegurado o futuro a longo prazo de um GP tão intrínseco à história do esporte.”

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O Circuito de Spielberg, anteriormente conhecido como A1 Ring e atualmente Red Bull Ring, voltou ao calendário da F1 em 2014 após uma longa ausência. Desde então, tornou-se parada obrigatória no Mundial e atrai multidões todos os anos — especialmente fãs do ídolo local Max Verstappen, cuja torcida pinta as arquibancadas de laranja.

Fórmula 1 anuncia permanência em circuito até 2041 - Foto: Reprodução/Fórmula 1
Fórmula 1 anuncia permanência em circuito até 2041 – Foto: Reprodução/Fórmula 1

A extensão do contrato coloca a Áustria ao lado de Miami, que também garantiu permanência até as próximas décadas. A decisão mostra um esforço da Fórmula 1 em preservar etapas históricas enquanto amplia sua presença global.

História de tradição, velocidade e renascimento

O GP da Áustria estreou em 1964, no antigo circuito de Zeltweg, e passou a ser realizado regularmente nos anos 1970, já em um novo traçado: o veloz Österreichring. Embora amado pelos pilotos, o circuito ganhou reputação perigosa. Em 1975, o piloto Mark Donohue e um fiscal de pista perderam a vida após um grave acidente. A última corrida no traçado original foi realizada em 1987.

Largada do GP da Áustria de F1 em 2024 - Foto: Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images
Largada do GP da Áustria de F1 em 2024 – Foto: Bryn Lennon – Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Nos anos 1990, o local passou por reformas profundas e foi rebatizado como A1 Ring. O novo traçado, mais curto e seguro, recebeu a F1 entre 1997 e 2003, período em que nomes como Jacques Villeneuve e Michael Schumacher venceram por lá. Após novo hiato, o retorno definitivo só aconteceu graças a um nome fundamental: Dietrich Mateschitz.

O papel da Red Bull e de Mateschitz no renascimento da pista

Fundador da Red Bull e figura central no retorno da Áustria à F1, Mateschitz adquiriu o circuito no início dos anos 2000 e financiou a reconstrução do complexo, que seria reinaugurado em 2011 com o nome atual: Red Bull Ring. O investimento incluiu não apenas a modernização da pista, mas também os custos das negociações com a FOM (Formula One Management) para viabilizar o GP.

Dietrich Mateschitz, fundador da RBR, na pré-temporada da F1 (ele faleceu em 2022) - Foto: Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images
Dietrich Mateschitz, fundador da RBR, na pré-temporada da F1 (ele faleceu em 2022) – Foto: Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images

“A visão e paixão de Dietrich Mateschitz deram à corrida o investimento e a atenção que permitiram seu retorno como um incrível evento no calendário da F1”, destacou Domenicali.

Em 2014, o circuito retornou ao calendário como GP da Áustria e desde então permanece como uma das etapas mais queridas do campeonato. Durante a pandemia, inclusive, recebeu duas edições adicionais do GP da Estíria, garantindo a continuidade da temporada 2020.

Torcida apaixonada, localização estratégica e tradição renovada

Localizado na região montanhosa de Estíria, o circuito austríaco proporciona não só corridas emocionantes, mas também um cenário visual único, que contribui para o charme do evento. A organização eficiente, o engajamento dos fãs — especialmente da “Orange Army” que apoia Verstappen — e a proximidade com fábricas de equipes da Europa Central fazem da Áustria um ponto estratégico no calendário.

Festa laranja para Verstappen na ‘casa’ da Red Bull na Áustria - Foto: Clive Rose/Getty Images/Red Bull Racing
Festa laranja para Verstappen na ‘casa’ da Red Bull na Áustria – Foto: Clive Rose/Getty Images/Red Bull Racing

Com o novo contrato, Spielberg se garante como sede da Fórmula 1 até pelo menos 2041, reforçando o compromisso da categoria com suas raízes europeias, mesmo em meio à globalização crescente do campeonato.

Próximo capítulo: Silverstone

A próxima etapa será disputada em Silverstone, berço histórico da Fórmula 1, onde tudo começou há 75 anos. O circuito britânico será mais um teste importante para Bortoleto, que agora pode correr com menos pressão e mais liberdade para ousar. A expectativa é de que a Sauber/Audi traga novos ajustes finos no pacote atual.

O brasileiro está em ascensão técnica e psicológica. Pontuar foi o primeiro passo. O próximo é consolidar essa consistência e se colocar entre os candidatos a pódio em corridas caóticas, como Spa e Zandvoort, onde talento pode pesar mais que equipamento.

Com talento, foco e uma equipe motivada ao seu lado, Bortoleto dá sinais de que pode ser mais do que uma promessa: pode ser realidade.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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