Nesta quarta-feira (21), Manchester United e Tottenham se enfrentam no estádio San Mamés, na grande final da UEFA Europa League. Após uma temporada abaixo das expectativas para ambos os clubes, o título europeu surge como a chance de redenção e uma maneira de salvar a temporada.
Com campanhas irregulares nas competições nacionais, as duas equipes veem na conquista da Europa League não apenas um troféu de prestígio continental, mas também uma oportunidade de garantir vaga na próxima edição da Champions League.
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A partida terá transmissão ao vivo pela CazéTV no Youtube.
14 jogos invictos na competição mas péssima temporada na Inglaterra
O Manchester United chega embalado para a grande final da UEFA Europa League com uma sequência de 14 jogos de invencibilidade na competição. Sob o comando de Rúben Amorim, a equipe protagonizou partidas memoráveis em sua trajetória até a decisão. Entre os destaques, estão o eletrizante empate por 3 a 3 com o Porto, a virada histórica por 5 a 4 sobre o Lyon em pleno Old Trafford, e a goleada por 4 a 1 contra o Athletic Bilbao, que consolidou o favoritismo dos Red Devils na competição.
No entanto, a campanha nos torneios nacionais contrasta com o desempenho europeu. Na Premier League, o United ocupa apenas a 16ª colocação e vive uma sequência de dois jogos sem vitória. Com a classificação para a Champions League fora de cogitação na Premier League, o título da Europa League se tornou a única esperança do clube para garantir uma vaga na Champions League.
Em entrevista coletiva pré-jogo, o técnico Rúben Amorim falou sobre o momento do time e projetou a final:
“Esta temporada tem sido muito difícil para todos, com os resultados pouco condizentes com o tamanho do clube e alterações a nível técnico, por exemplo. Isso tem repercussões e estamos a lidar com isso, ao mesmo tempo que tentamos mudar a forma como jogamos. Quando se prepara um jogo da Europa League o ambiente é um pouco diferente, e é nessa altura que se sente o entusiasmo”.
“As pessoas vão olhar para a nossa equipe de uma forma diferente se ganharmos um título europeu e isso vai ajudar-nos no futuro. Mas não muda a forma como a temporada aconteceu”
“Há coisas maiores com as quais temos de lidar para recolocar este clube no topo. O jogo de amanhã pode ajudar na busca por esse objetivo e dar-nos força para fazer o que temos de fazer”.
Além de Rúben Amorim, o meia Bruno Fernandes também projetou a final e comentou sobre a reestruturação do Manchester United:
“É muito importante nos classificarmos para a Champions League. Mas queremos estar no topo em tudo, pois este clube precisa de estar sempre no topo. Amanhã temos uma grande oportunidade: o nosso objetivo desde o início da temporada era chegar a Bilbao, e agora que estamos aqui, queremos ganhar”.
“Qualquer jogo em que se pode ganhar um troféu é importante, mas neste clube, todos os jogos são de uma importância enorme. Queremos agarrar o troféu e o que se passou nesta temporada até agora não importa, mas é claro que esta partida pode afetar o futuro. É um grande jogo contra uma equipe que conhecemos muito bem, mas numa competição nova”.
Uma final é uma final e não importa quem enfrentamos. Nenhuma final é como um jogo de campeonato, mesmo quando envolve duas equipes que se conhecem bastante bem. Por exemplo, me lembro de assistir a final de 2011 (Porto x Braga). Ambos conheciam-se muito bem, por serem do mesmo país, mas no jogo parecia que não se conheciam nem conheciam a dinâmica do adversário. As finais são geralmente disputadas com cautela, independentemente das equipes se conhecerem ou não, porque ambas têm medo de cometer erros, mas ao mesmo tempo ambas têm um forte desejo de vencer. É por isso que acho que as finais são sempre grandes espetáculos.
O técnico Ruben Amorim poderá contar com os retornos de Diogo Dalot, Lenny Yoro e Joshua Zirkzee, que estavam lesionados, os três jogadores viajaram com a delegação para Bilbao e devem começar no banco de reservas. Já De Ligt e Lisandro Martínez estão fora da grande final.
A provável escalação do Manchester United é: Onana; Yoro, De Ligt, Maguire; Mazraoui, Ugarte, Casemiro, Dorgu; Diallo, Højlund, Fernandes. Técnico: Rúben Amorim.
Jejum de 17 anos e mesma situação que o rival
O Tottenham chega à sua segunda final europeia em menos de sete anos, mas carrega um longo jejum de títulos: são 17 anos sem conquistas. O último troféu dos Spurs foi a Copa da Liga Inglesa de 2008. Desde então, o clube londrino acumulou frustrações, ficando no quase na Premier League, Copa da Liga e até mesmo na final da UEFA Champions League de 2019.
Sob o comando de Ange Postecoglou, o Tottenham desembarca em Bilbao para a decisão da Europa League após uma temporada decepcionante na Premier League. Atualmente, os Spurs ocupam a 17ª colocação, fora da zona de rebaixamento, mas longe de qualquer ambição europeia pelo campeonato nacional.
A derrota por 2 a 0 para o Aston Villa na última rodada do Inglês aumentou a pressão sobre o trabalho de Postecoglou. A final pode ser decisiva não apenas para o futuro europeu do clube, mas também para o futuro do treinador australiano no comando técnico da equipe.
Ange Postecoglou comentou sobre a final e a campanha do Tottenham na Liga Europa:
“É um grande incentivo o fato da vitória na Europa League dar acesso à Champions League. Mas já estivemos nessa prova algumas vezes recentemente, ao passar que títulos é algo que não ganhamos há muito tempo. Assim, o que nos move é mesmo a possibilidade de ganhar um título”.
“Agora é uma final, por isso esses triunfos (vitórias sobre o United durante a temporada) torna-se algo irrelevante. O que importa é como os jogadores vão reagir a uma ocasião tão importante. O meu papel é prepará-los da melhor forma possível para a possibilidade do Manchester United jogar no máximo das suas capacidades”.
É justo dizer que tivemos de lidar com alguns contratempos nesta temporada. Mesmo nos primeiras jogos europeus, quando tivemos de jogar com vários jovens, por vezes fora, e conseguir bons resultados. A adversidade foi uma constante esta época, principalmente em termos de lesões.
“Mas com o passar do tempo, quando chegava a época de jogos europeus, os rapazes estavam mesmo de cabeça limpa, descontraídos e sabiam o que era preciso fazer. Não iam deixar que o ruído exterior os distraísse do facto de estarmos a fazer coisas positivas nesta competição. Tem existido uma crença real de que podemos ser bem sucedidos no torneio, logo desde o início. E é justo dizer que essa crença foi testada do princípio ao fim.“
Durante a coletiva, o treinador australiano discutiu com um jornalista do “Standard”, quando o mesmo comparou a situação do treinador como há de um “herói e palhaço” ao se referir da possível saída do treinador após a final:
“Depende da sua perspectiva, Dan. Mas vou te dizer uma coisa: independentemente de amanhã, eu não sou um palhaço, nunca serei, cara. Fiquei muito decepcionado que você tenha usado essa terminologia para se referir a uma pessoa que, por 26 anos, sem nenhum favor de ninguém, trabalhou duro para chegar a uma posição em que lidera um clube em uma grande competição europeia. Você sugerir que, de alguma forma, o fato de não termos sucesso significa que eu sou um palhaço? Não sei bem como responder a essa pergunta“
“Eu não seria a primeira pessoa a mudar de emprego, cara, todos nós mudamos de emprego, tenho certeza de que você já teve mais de um emprego. Meu futuro está garantido. Tenho uma família linda, tenho uma vida ótima, continuarei ganhando troféus até terminar, seja lá onde for. Então, não se preocupe com meu futuro. Meu futuro não está vinculado a nada, ele está garantido. Se Deus quiser, minha saúde permanecer, minha linda família e meus amigos estiverem ao meu lado, não há nada de errado com meu futuro”
Além de Postecoglou, o ídolo do Tottenham, Heung-Min Son, projetou a partida e relembrou de sua primeira final com os Spurs:
“Ganhar seria muito especial, um momento histórico. Estou aqui há dez anos e quero acabar com este jejum de títulos. É um dia importante para o clube e amanhã espero poder retribuir o carinho dos torcedores da melhor forma, dando a alegria de um título”.
“Em todos os jogos os primeiros 15 minutos são essenciais. Precisamos de começar com força, ganhar ritmo e ganhar confiança”.
“Há seis anos joguei a minha primeira final. Estava entusiasmado mas muito nervoso. Agora estou maduro, experiente e sou capitão, o líder da equipe. O meu sonho é erguer o troféu com eles e fazer história”.
Pedro Porro, lateral do Tottenham, comentou sobre a final e projetou o jogo do time de Londres:
“Precisamos focar em nós mesmos e estar concentrados não a 100 mas a 200%. É uma equipe muito boa, que chegou à final sem perder um único jogo. Penso que isso diz muito sobre eles, mas sabemos o que precisamos de fazer para os travar”.
“Estamos confiantes e nos sentimos assim porque temos feito uma campanha muito boa no torneio, que esperamos terminar da melhor forma possível, ou seja, com a conquista do título”.
Ange Postecoglou não poderá contar com Bergvall, Kulusevski e Maddison, os três jogadores estão lesionados e foram cortados de serem relacionados para o jogo.
A provável escalação do Tottenham é: Vicário; Pedro Porro, Romero, Van de Ven, Udogie; Sarr, Bissouma, Bentancur; Johnson, Solanke, Richarlison. Técnico: Ange Postecoglou.
Equipe de Arbitragem
- Árbitro principal: Felix Zwayer (ALE)
- Árbitro assistente 1: Robert Kempter (ALE)
- Árbitro assistente 2: Christian Dietz (ALE)
- Árbitro de vídeo (VAR): Bastian Dankert (ALE).
Ficha Técnica
- Data: Quarta-Feira (21 de Maio de 2025)
- Horário: 16h (de Brasília)
- Local: San Mamés, Bilbao – Espanha
- Onde assistir: CazéTV
