Na última quinta-feira (6), Brasil e Chile se enfrentaram no emblemático estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a seleção brasileira ganhou por 3 a 0 e o placar poderia ter sido até maior, contudo, o que chamou atenção de quem acompanha as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo é a péssima campanha chilena e o declínio de uma geração tão vitoriosa recentemente. Agora, o Chile atinge uma marca negativa de ficar fora das Copas de 2018, 2022 e 2026.
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Nomes como Alexis Sánchez, Arturo Vidal, Eduardo Vargas e Claudio Bravo transformaram a história do Chile, na chamada era de Ouro. A equipe comandada por Jorge Sampaoli em 2015, conquistou o inédito título da Copa América diante da sua torcida, em Santiago, no Chile, ao vencer a Argentina de Lionel Messi, nos pênaltis. No ano seguinte (2016), nos Estados Unidos, a geração de ouro repetiu o feito e conquistou o bicampeonato, diante do mesmo adversário.
Vivendo seu melhor momento na história do futebol no país, com os jogadores sendo titulares nos melhores times do mundo, o Chile não conseguia repetir as atuações das duas últimas Copa América, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Em três ciclos da geração de ouro chilena, Claudio Bravo, Alexis Sánchez, Arturo Vidal e companhia não conseguiram levar a La Roja para a Copa do Mundo.
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A primeira tentativa veio em 2018, com os ânimos ainda aflorados e o país em lua de mel com os jogadores. A desilusão aconteceu contra o Brasil. A equipe não conseguiu manter o rendimento e terminou fora da zona de classificação. A derrota por 3 a 0 para o Brasil, em São Paulo, marcou a queda de um time que quatro meses antes havia sido vice-campeão da Copa das Confederações e era o atual bicampeão da América do Sul.
Como se em 2018 já não bastasse, o mesmo aconteceu no ciclo para a Copa no Qatar. Com mudanças durante o período de uma copa para a outra e com dois treinadores no comando (Reinaldo Rueda e Martín Lasarte), o Chile acumulou tropeços e novamente ficou fora do Mundial. Para piorar o cenário, nas Copas América de 2019 e 2021, ambas disputadas no Brasil, a seleção já mostrava sinais de esgotamento.
O que parecia ser o fundo do poço, os chilenos viram que as coisas poderiam ficar piores. No atual ciclo para a Copa do Mundo de 2026, que acontecerá no México, Estados Unidos e Canadá, o Chile conseguiu atingir seu pior desempenho da história das Eliminatórias. Com o argentino Eduardo Berizzo, iniciando no cargo visando voltar para o mundial, as coisas não saíram nada bem. O treinador venceu apenas um jogo e foi demitido. O interino Nicolas Córdova assumiu, mas não conseguiu resultados. Depois, Ricardo Gareca comandou a equipe em mais oito partidas, com sete derrotas.

Na derrota para a Bolívia que selou o destino cruel para os chilenos, o único remanescente da “geração de ouro da La Roja” Alexis Sánchez afirmou que aquela geração, que conquistou títulos, encantou toda a América do Sul com o bicampeonato, havia chegado ao fim.
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“A geração dourada terminou faz tempo, está enterrada. Só eu fiquei e, enquanto estiver em forma, espero ajudar os mais jovens”, disse Sánchez na derrota que decretou as chances de classificação do Chile para a Copa do Mundo de 2026.” – falou Sánchez.
Como se nos últimos anos o clima de festa houvesse dado espaço para uma crise sem fim, alguns ídolos acabaram deixando o clima pesado dos bastidores vir à tona para o mundo inteiro. Por exemplo, Arturo Vidal foi o mais incisivo e não poupou palavras para criticar últimos treinadores, principalmente por deixarem ele de fora das convocações.
Uma das que mais repercutiu foi na Data FIFA de outubro de 2024, na época o treinador era Ricardo Gareca que não convocou nenhum jogador da “geração de ouro”, incluindo Vidal. Durante uma coletiva, o veterano não economizou nas críticas ao treinador.
“Eu, (Mauricio) Isla, Charles (Aránguiz), Marcelo (Díaz), temos que estar na seleção; a seleção precisa de nós. Temos que enfrentar o Brasil com grandes jogadores. […] Tem alguém melhor que eu na minha posição, que tenha a experiência de enfrentar o Brasil ou os mesmos jogos que eu?… Não tem.” – disse o volante.
Com apenas um jogo restante e diante de sua torcida, o Chile encara o classificado Uruguai. Com novos rostos vestindo a camisa da La Roja, uma pergunta ficará durante os próximos quatro anos ou até a seleção chilena voltar a uma Copa do Mundo. Qual será o futuro do futebol chileno?
Enquanto as respostas não aparecem, a federação do país vai precisar recalcular a rota e traçar um plano para voltar a disputar uma Copa do Mundo e a partida contra o Uruguai, pode ser um primeiro passo para saber se o Chile pretende continuar na mesma situação ou voltará a bater de frente com os rivais no continente.