A lendária Ferrari vive um dos momentos mais turbulentos dos últimos anos. Após um Grande Prêmio do Brasil desastroso, com abandonos de Lewis Hamilton e Charles Leclerc, o presidente da escuderia italiana, John Elkann, decidiu romper o silêncio e criticar abertamente seus pilotos, acendendo o alerta vermelho em Maranello.
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Durante um evento do Comitê Olímpico Italiano, Elkann não poupou palavras ao apontar o que considera o principal problema interno da equipe: a falta de foco e unidade entre os pilotos.
“Deveriam falar menos e se concentrar em pilotar. A Ferrari precisa de pilotos que pensem menos neles mesmos e mais na equipe”, afirmou o dirigente, em tom firme.
As declarações de Elkann chegam em um momento delicado. A escuderia italiana ainda não conquistou vitórias em 2025, e o investimento pesado na contratação de Hamilton, sete vezes campeão mundial, não trouxe o retorno esperado.
Hamilton desabafa: “É um pesadelo”
O britânico Lewis Hamilton, principal estrela contratada pela Ferrari para a temporada, abandonou o GP do Brasil na volta 37, após danos no carro resultantes de colisões com Carlos Sainz e Franco Colapinto. Visivelmente frustrado, o heptacampeão fez um desabafo à Sky Sports:
“É um pesadelo. Eu tenho vivido ele há um tempo. A mudança entre o sonho de dirigir por essa equipe maravilhosa e o pesadelo com os resultados que nós tivemos”, lamentou.
O piloto soma 148 pontos e ocupa apenas a sexta posição no campeonato, sem sequer um pódio pela Ferrari até o momento.
Antes da polêmica, Hamilton chegou a brincar com o compatriota brasileiro Gabriel Bortoleto, vencedor da corrida de Interlagos, elogiando o jovem talento.
“Outro piloto brasileiro além de mim”, disse o britânico em tom bem-humorado, arrancando risadas do paddock.
Leclerc também vive fase ruim
O outro lado da garagem também não vai bem. Charles Leclerc abandonou o GP do Brasil logo na sexta volta, após se envolver em um acidente com Kimi Antonelli. O monegasco, que vinha buscando consistência na temporada, não escondeu a decepção com os resultados recentes e tem sido alvo de críticas da imprensa italiana.
Elkann, contudo, preferiu destacar a necessidade de espírito de equipe, deixando claro que o sucesso da Ferrari depende da coesão interna:
“A Ferrari só ganha quando está unida, como demonstram os resultados. Na Fórmula 1 temos mecânicos que são sempre os melhores e engenheiros que trabalham para melhorar o carro”, completou o presidente.
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De acordo com o jornal italiano Corriere della Sera, há insatisfação crescente dentro da diretoria da Ferrari com a postura dos pilotos, vista como individualista e distante do espírito coletivo que a equipe tenta resgatar. As declarações de Elkann teriam sido, segundo o periódico, um recado direto a Hamilton e Leclerc, e também um pedido público por comprometimento.
Próximo desafio: GP de Las Vegas
A Fórmula 1 segue agora para os Estados Unidos, onde o GP de Las Vegas será disputado em 23 de novembro. A corrida promete ser decisiva para o futuro da Ferrari em 2025, tanto dentro quanto fora das pistas.
Com a confiança abalada e a pressão da cúpula aumentando, Hamilton e Leclerc terão que provar que ainda podem conduzir a escuderia de volta à glória.
Como disse um engenheiro da equipe, sob anonimato:
“Na Ferrari, não basta pilotar bem. É preciso entender o peso do cavallino rampante.”
