O Corinthians está nas quartas de final da Copa do Brasil e, mais do que isso, fez história. Na noite desta quarta-feira (6), o Timão venceu o Palmeiras por 2 a 0 no Allianz Parque, carimbando a vaga com um placar agregado de 3 a 0. O resultado marca a primeira vez que o clube elimina o maior rival em um mata-mata de competição nacional.
A vitória corintiana foi construída com autoridade, inteligência tática e, claro, um empurrão (literal) do adversário: aos 11 minutos do primeiro tempo, Aníbal Moreno foi expulso por agredir José Martínez com uma cabeçada — lance que mudou o rumo da partida e incendiou o clássico.
Leia mais: Santos vira herói nas penalidades e Athletico Paranaense elimina São Paulo na Copa do Brasil
Expulsão precoce muda o roteiro do Dérbi
O jogo ainda engatinhava quando a situação palmeirense degringolou. Em uma disputa de bola pelo alto dentro da área, Aníbal Moreno acertou uma cabeçada no rosto de José Martínez. O VAR chamou o árbitro Anderson Daronco, que reviu o lance e expulsou o volante argentino. Com um a mais logo cedo, o Corinthians ganhou o controle emocional e numérico da partida.
A partir daí, o Timão começou a cadenciar o jogo e buscar espaços com calma, enquanto o Palmeiras parecia completamente perdido em campo.
Bidu abre o placar e escancara o abismo em campo
Aos 42 minutos do primeiro tempo, veio a recompensa: Matheuzinho cobrou escanteio, Gustavo Henrique desviou e Matheus Bidu apareceu livre para soltar uma bomba no canto de Weverton e abrir o placar. O Palmeiras até reclamou de falta no goleiro, mas a arbitragem validou o gol sem hesitar.
Antes mesmo do intervalo, o clima já estava tenso: o auxiliar João Martins foi expulso por reclamação, e o Palmeiras já colecionava cartões e nervos à flor da pele.
Segundo tempo: gol de Gustavo Henrique e caos instaurado
Na etapa final, o Corinthians seguiu no controle. O Palmeiras até tentou mudar com substituições, colocando Flaco López e Emiliano Martínez, mas esbarrou na desorganização. Para piorar, logo aos 12 minutos, veio o golpe final: Garro cobrou falta na segunda trave, e Gustavo Henrique subiu sozinho para fazer o segundo gol corintiano.
A partir daí, o time de Dorival Júnior apenas administrou. A bola girava de pé em pé enquanto a torcida palmeirense perdia a paciência. O jogo virou um retrato do descontrole do Verdão — e não só técnico.
Confusões, vaias e objetos no gramado
O clima esquentou como raras vezes se vê. O clássico teve cinco expulsões: quatro do lado palmeirense (Aníbal Moreno, Emiliano Martínez, Vitor Castanheira e João Martins) e uma no banco do Corinthians (Celso Resende, preparador físico).
Além das confusões em campo, a torcida do Palmeiras protagonizou cenas lamentáveis, arremessando objetos no gramado, incluindo um carregador portátil e um isqueiro. As arquibancadas também foram palco de protesto contra o técnico Abel Ferreira, vaiado ao fim da partida. O português respondeu com ironia, aplaudindo os torcedores como quem devolve o deboche.
Clássico com peso histórico
Essa foi a segunda eliminação do Palmeiras para o Corinthians em 2025. Em março, o Verdão já havia perdido a final do Paulistão para o maior rival. Agora, sofre nova derrota em casa, vê o Timão avançar e ainda carrega o peso de um feito inédito: pela primeira vez, o Corinthians elimina o rival em um mata-mata de competição nacional.
Do outro lado, Dorival Júnior ganha sobrevida no comando técnico e vê seu trabalho finalmente render frutos. A atuação sólida e emocionalmente equilibrada do time pode ser um divisor de águas para a sequência da temporada.
Lesões preocupam Dorival Júnior
Apesar da festa, o Corinthians deixou o Allianz com o alerta ligado no departamento médico. Memphis Depay sentiu a coxa direita e precisou sair ainda no primeiro tempo. Carrillo e Yuri Alberto também deixaram o campo com incômodos musculares e serão reavaliados. A situação mais delicada é a do atacante holandês.