O Fluminense está eliminado da Copa do Mundo de Clubes. Em uma tarde de reencontros no MetLife Stadium, o Tricolor das Laranjeiras foi derrotado por 2 a 0 pelo Chelsea e deu adeus à sua histórica campanha no torneio. O nome do jogo foi João Pedro — sim, o mesmo atacante revelado em Xerém — que marcou os dois gols da vitória dos ingleses e aplicou a dolorosa “lei do ex” em dose dupla.
Com o resultado, o Chelsea garante vaga na grande decisão e agora aguarda o vencedor de PSG x Real Madrid para saber quem enfrentará na final. Para o Flu, resta o consolo de uma campanha memorável — e a maior premiação já recebida por um clube brasileiro em competições oficiais.
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João Pedro faz valer a “lei do ex” — duas vezes
O primeiro tempo começou movimentado, com o Chelsea se impondo nos minutos iniciais. Antes dos dez minutos, Enzo Fernández já havia ameaçado duas vezes, forçando Fábio a intervir. O gol inglês veio aos 17 minutos, após uma falha na saída de bola do Fluminense. Germán Cano perdeu a posse, e João Pedro acionou Pedro Neto pela esquerda. O camisa 7 cruzou, Thiago Silva tentou afastar, mas a bola sobrou nos pés do próprio João Pedro, que não desperdiçou e abriu o placar contra seu ex-clube.
O Flu não se entregou. A resposta quase veio com Hércules, que tabelou com Cano, invadiu a área e finalizou com perigo — mas Cucurella salvou em cima da linha. Pouco depois, o árbitro chegou a marcar pênalti para o Tricolor, mas voltou atrás após revisar o lance no monitor, entendendo que o braço de Chalobah estava em posição natural.
Chelsea controla e mata o jogo no segundo tempo

A etapa final começou no mesmo ritmo, com os Blues pressionando e buscando o segundo gol. Caicedo e Cucurella assustaram, enquanto o Fluminense apostava em chutes de média distância, como o de Everaldo, facilmente defendido por Sánchez.
Mas foi João Pedro, mais uma vez, quem decidiu. Em jogada de contra-ataque aos 17 minutos, Palmer ganhou dividida no meio-campo, Enzo Fernández acelerou e achou João Pedro livre. O atacante driblou Ignácio com categoria e bateu firme, ampliando o placar. Um segundo golpe difícil de digerir para os torcedores tricolores.
O Flu tentou uma última reação. Lima teve a melhor chance do time na etapa final, mas mandou por cima do gol. Do outro lado, Nkunku e Nicolas Jackson quase transformaram a vitória inglesa em goleada, mas pararam em boas intervenções de Thiago Silva e Fábio.
Premiação histórica para o Tricolor
Apesar da eliminação, o Fluminense sai do Mundial com o cofre cheio. A campanha até a semifinal rendeu ao clube nada menos que R$ 331 milhões em premiação — o maior valor já recebido pelo Tricolor em uma única temporada esportiva.
A trajetória milionária começou ainda na fase de grupos, com US$ 15,2 milhões (R$ 82,7 milhões). Depois vieram os bônus por vitórias e classificações: R$ 10,8 milhões pela vitória sobre o Ulsan; o mesmo valor pelos empates com Borussia Dortmund e Mamelodi Sundowns; mais R$ 40,8 milhões pela vaga nas oitavas; R$ 71,3 milhões pelas quartas e, por fim, R$ 114,3 milhões pela chegada às semifinais.
Arias, o coração partido da campanha

Após o apito final, uma das imagens mais marcantes foi a de Arias chorando no gramado, ainda sob o sol da tarde norte-americana. O colombiano, um dos principais nomes do Fluminense no torneio, foi consolado por companheiros, funcionários do clube e até adversários. O camisa 21 brilhou durante toda a competição, marcou um gol de falta e deu assistência na fase de grupos, sendo um dos líderes técnicos da equipe.
Sua entrega e protagonismo chamaram a atenção da mídia internacional, e sua emoção na despedida do torneio resumiu bem o que foi essa jornada tricolor: intensa, emocionante e cheia de significado.
Fim da linha, mas não da história
O Fluminense se despede da Copa do Mundo de Clubes com a cabeça erguida. A campanha colocou o clube entre os quatro melhores do mundo e reafirmou o potencial da equipe comandada por Fernando Diniz, mesmo em meio aos desafios técnicos e físicos de um calendário apertado.
Diante de gigantes europeus, o Tricolor mostrou competitividade e deixou sua marca. Agora, o foco se volta à próxima temporada, com a missão de transformar essa experiência internacional em combustível para novos objetivos — e, quem sabe, um novo retorno ao Mundial no futuro. Afinal, quem já chegou tão longe, não pode parar por aqui.