A Copa do Mundo de Clubes tem seu primeiro campeão no novo formato — e o troféu viaja para Londres. O Chelsea superou o badalado Paris Saint-Germain com uma atuação de gala e venceu por 3 a 0 no MetLife Stadium, em Nova Jersey. Dominante desde o apito inicial, o time inglês construiu o placar ainda no primeiro tempo, com dois gols de Cole Palmer e um de João Pedro, e soube administrar a vantagem na etapa final diante de um PSG abatido, nervoso e incapaz de reagir.
A vitória dos Blues é histórica não apenas pelo título em si, mas pela forma como ele foi conquistado. Diante de um adversário que havia vencido absolutamente tudo na temporada — incluindo o Campeonato Francês, a Champions League e o Mundial Sub-23 —, o Chelsea fez parecer fácil. Com marcação alta, compactação sem bola e agressividade nos duelos, os ingleses anularam as principais armas do time de Luis Enrique, que viu sua equipe sucumbir ao primeiro revés por três gols de diferença em quase dois anos.
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Primeiro tempo de manual
Os primeiros 45 minutos do Chelsea foram dignos de final de Champions. O time de Enzo Maresca não se intimidou com o peso do adversário e impôs um ritmo acelerado, de marcação individual intensa e muita lucidez nas transições ofensivas. Antes dos dez minutos, Cucurella já havia assustado de cabeça, e Palmer quase marcou um golaço em jogada individual.
O domínio se transformou em vantagem no placar aos 21 minutos, quando Cole Palmer recebeu na entrada da área e bateu colocado, no canto direito de Donnarumma, após jogada iniciada por Robert Sánchez. O segundo veio oito minutos depois, em lance quase idêntico, desta vez puxado por Colwill. Palmer recebeu com liberdade e repetiu o movimento com a mesma precisão cirúrgica.
Se o PSG já parecia atordoado, o terceiro gol transformou o favoritismo francês em fumaça. Aos 42, João Pedro aproveitou assistência milimétrica de Palmer e, com muita categoria, encobriu Donnarumma para sacramentar o atropelo. Um primeiro tempo perfeito.
PSG tenta, mas não consegue reagir
Na volta do intervalo, Luis Enrique manteve o time sem mudanças, apostando numa reação rápida. O PSG até cresceu em posse e criou algumas chances, especialmente em arremates de Vitinha, Barcola e Kvaratskhelia. Mas Robert Sánchez fez defesas seguras e segurou o ímpeto francês. Aos poucos, o Chelsea retomou o controle do jogo, recuando as linhas e apostando na manutenção da posse.
As entradas de Andrey Santos e Delap deram novo fôlego aos ingleses. Delap, inclusive, quase marcou o quarto gol, após erro de Beraldo. Donnarumma precisou se esticar para evitar mais um. Já João Pedro, substituído sob aplausos, foi envolvido em uma confusão no fim do jogo, que manchou o encerramento da final.
Briga generalizada e expulsão
O clima esquentou nos minutos finais. João Neves, do PSG, foi expulso por puxar o cabelo de Cucurella, e após o apito final, uma confusão tomou conta do gramado. Andrey Santos e Nuno Mendes iniciaram o bate-boca que logo escalou para empurrões entre jogadores e até técnicos. João Pedro discutiu com Donnarumma e Luis Enrique, com direito a empurrões e troca de agressões. Coube a Enzo Maresca intervir e proteger seus atletas antes que o tumulto se agravasse.
Palmer, o novo dono do Chelsea
O camisa 10 dos Blues não apenas brilhou na final, como foi eleito o melhor jogador do torneio. Em 52 partidas na temporada, Cole Palmer acumulou 18 gols e 13 assistências — números que agora ganham peso ainda maior com a conquista mundial. Frio, decisivo e talentoso, o meia-atacante assumiu o protagonismo da equipe e selou sua posição como o principal nome da era pós-Tuchel no Chelsea.
João Pedro chega com estrela
Contratado no fim de junho junto ao Brighton por R$ 415 milhões, o brasileiro chegou aos Estados Unidos já com a camisa azul e parece ter nascido para grandes jogos. Marcou contra Palmeiras, Fluminense e PSG, sempre aparecendo nos momentos certos. Com apenas 22 anos, João Pedro entrega não só gols, mas movimentação, inteligência tática e uma confiança que parece de veterano. E já começa sua trajetória no Chelsea com uma taça do mundo nas mãos.
Um título para mudar o patamar
Com o troféu da Copa do Mundo de Clubes, o Chelsea levanta sua segunda taça mundial — a primeira desde 2021, quando venceu o Palmeiras no formato antigo. Mas desta vez, a conquista veio diante de uma verdadeira constelação. O PSG de Luis Enrique era o bicho-papão da temporada europeia, com um ataque estrelado e futebol encantador.
Mas quando o jogo foi grande, o Chelsea foi maior. E isso, no futebol, vale o mundo.