Brasil domina e vence o Chile no Maracanã em noite de testes e boas surpresas

A Seleção Brasileira cumpriu bem o papel diante da torcida no Maracanã e venceu o Chile por 3 a 0, nesta quinta-feira (4), pela 17ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Estêvão, Paquetá e Bruno Guimarães marcaram os gols da equipe comandada por Carlo Ancelotti, que segue em segundo lugar na tabela, já garantida no Mundial.

Mais do que o resultado, o jogo serviu para observações importantes do treinador italiano, que apostou em uma escalação ousada, promoveu estreias, testou alternativas e ainda celebrou o retorno de Lucas Paquetá após meses afastado.

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Primeiro tempo: domínio, posse de bola e estreia em grande estilo

O Brasil começou a partida em um esquema 4-2-3-1, escalado com quatro atacantes para encarar um Chile que entrou em campo claramente mais preocupado em se defender. A postura agressiva da Seleção logo deu resultado: com seis minutos, Casemiro balançou as redes, mas o lance foi anulado por impedimento.

Mesmo com mais de 60% de posse de bola, a equipe esbarrava na compactação chilena e tinha dificuldade para transformar o controle em finalizações efetivas. Raphinha e Martinelli até levaram perigo, mas faltava o último passe para quebrar a linha de defesa rival.

Aos 37 minutos, porém, a insistência foi recompensada. Após jogada bem trabalhada pela esquerda, Raphinha obrigou o goleiro Vigouroux a fazer grande defesa. No rebote, Estêvão, de apenas 17 anos, mostrou calma e técnica para marcar o seu primeiro gol com a camisa da Seleção. A joia do Palmeiras comemorou muito e abriu o placar para o delírio da torcida no Maracanã.

O Brasil seguiu superior até o intervalo, enquanto o Chile quase terminou com um jogador a menos: Maripán recebeu vermelho direto por entrada dura em Wesley, mas o árbitro voltou atrás após checagem no VAR.

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Segundo tempo: mudanças decisivas e placar ampliado

Na volta do intervalo, a Seleção manteve a intensidade e quase ampliou logo no primeiro minuto, em chute de Estêvão. Porém, aos poucos, o ritmo caiu, e o Brasil encontrou dificuldades para furar novamente a defesa chilena.

Foi então que Carlo Ancelotti recorreu ao banco e acertou em cheio. A entrada de Luiz Henrique deu mais velocidade pela direita e abriu novos caminhos ofensivos. Pouco depois, aos 26 minutos, Lucas Paquetá, que também tinha acabado de entrar, marcou de cabeça em sua primeira participação no jogo. O meia, absolvido recentemente no caso das apostas, viveu uma noite especial: foi sua reestreia com a Seleção em 2025, e o gol coroou seu retorno.

Quatro minutos depois, o golpe final: Bruno Guimarães, um dos destaques da partida, aproveitou boa jogada de Luiz Henrique e fez o terceiro. O meia do Newcastle foi um dos mais participativos e mostrou porque deve ser peça central de Ancelotti no Mundial.

Com o placar construído, o Brasil administrou o jogo até o apito final, enquanto o Chile se mostrava entregue e sem forças para reagir.

Destaques individuais e novas opções para Ancelotti

A vitória deixou pontos positivos para além do resultado. Estêvão mostrou personalidade em sua estreia e parece pedir passagem. Bruno Guimarães manteve o nível alto no meio-campo e foi eleito por muitos como o melhor em campo. Já Luiz Henrique, pouco citado em convocações anteriores, surge como grata surpresa: com velocidade e intensidade, deu novo ritmo ao ataque e mostrou que pode ser alternativa pela direita, setor onde o Brasil carecia de soluções.

O retorno de Paquetá também merece menção especial. O meia voltou a vestir a camisa da Seleção após momentos delicados na carreira e demonstrou que ainda tem muito a contribuir. Sua qualidade técnica e capacidade de decisão podem ser fundamentais na montagem do elenco para a Copa.

O que vem pela frente

Com a vitória, o Brasil chegou a 28 pontos, mantendo-se na vice-liderança das Eliminatórias, atrás da Argentina, que lidera com folga. Já classificada para a Copa, a Seleção terá seu último compromisso nesta fase na próxima terça-feira (9), contra a Bolívia, em El Alto.

A tendência é que os próximos amistosos sejam disputados no exterior, o que torna o duelo no Maracanã a provável despedida da equipe em solo brasileiro antes do Mundial. Para o torcedor, ficou a sensação de que o time começa a se ajustar e que Ancelotti dispõe de um leque cada vez mais amplo de opções para montar o grupo que irá aos Estados Unidos, México e Canadá em 2026.

Brasil convincente e testes bem aproveitados

Mais do que os três pontos, o duelo contra o Chile mostrou que o Brasil tem talento de sobra e, finalmente, começa a transformar qualidade em rendimento. O time se impôs, dominou o adversário e soube aproveitar o apoio da torcida.

O que chama atenção é a riqueza de opções que Ancelotti tem em mãos. Jogadores como Estêvão e Luiz Henrique aparecem como alternativas reais, enquanto nomes consolidados como Bruno Guimarães se firmam ainda mais. O retorno de Paquetá é um reforço de peso, e a ausência de Vini Jr, Neymar, Rodrygo e Militão mostra que há ainda muito espaço para crescimento.

Se a Seleção souber equilibrar experiência e juventude, pode chegar ao Mundial não apenas como candidata, mas como protagonista. No Maracanã, o Brasil mostrou que tem elenco e treinador para sonhar alto.

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