O Brasil está na final da Liga das Nações Feminina de Vôlei 2025. Em um duelo digno de semifinal, a equipe comandada por Zé Roberto Guimarães superou um começo turbulento, resistiu à força defensiva do Japão e conquistou uma vitória emocionante por 3 sets a 2, com parciais de 23/25, 25/21, 25/18, 19/25 e 15/8. Agora, a seleção encara a Itália neste domingo (27), às 15h (horário de Brasília), em busca de um título que ainda falta à galeria da equipe verde e amarela.
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Início complicado e reação no momento certo
O primeiro set foi de pura tensão para o Brasil. Com dificuldades na recepção desde os primeiros saques da japonesa Ishikawa, a seleção se viu pressionada e cometeu erros técnicos que favoreceram as rivais. Nem mesmo o pedido de tempo de Zé Roberto, com o placar marcando 8 a 5 para o Japão, foi suficiente para conter a ofensiva asiática. Apesar de uma reação que colocou o Brasil à frente por 20 a 19, a parcial acabou escapando, fechada em 25 a 23 para as japonesas.
A partir do segundo set, no entanto, a história começou a mudar. Com Macris no lugar de Roberta, a distribuição melhorou e a virada de bola começou a fluir. Gabi, como de costume, chamou a responsabilidade tanto no ataque quanto na recepção, e o Brasil se impôs desde o início, administrando bem o placar até fechar em 25 a 21.
Volume de jogo e consistência na terceira parcial
O terceiro set trouxe equilíbrio e ralis longos, com destaque para a atuação defensiva de Marcelle e o crescimento do bloqueio brasileiro. Julia Bergmann apareceu com mais frequência e ajudou a manter o Brasil à frente durante quase toda a parcial. A equipe conseguiu suportar a pressão e, com tranquilidade, fechou o set em 25 a 18, virando o jogo para 2 a 1.
Queda de rendimento e novo empate japonês

Talvez relaxado pela vantagem, o Brasil voltou desligado no quarto set. O Japão, que nunca se entrega facilmente, aproveitou a baixa intensidade brasileira e retomou o domínio das ações. Mesmo com as tentativas de reação lideradas novamente por Gabi e Julia, a equipe não conseguiu virar a parcial, e viu o Japão empatar o jogo ao vencer por 25 a 19.
Tie-break perfeito garante classificação
Mas se havia algum fantasma da semifinal de 2024 — quando o Japão eliminou o Brasil também no tie-break —, ele foi exorcizado neste sábado. Concentradas desde o primeiro ponto, as brasileiras abriram 5 a 1 no início do set decisivo e mantiveram o controle com autoridade. O bloqueio funcionou, a virada de bola encaixou e a energia coletiva foi determinante. No ponto final, coube a Julia Bergmann cravar a bola no chão e selar a vitória: 15 a 8.
Protagonismo das ponteiras brasileiras
Com atuações de gala, Gabi e Julia Bergmann foram as grandes responsáveis pela classificação. A capitã brasileira anotou 25 pontos e foi decisiva em momentos críticos. Após a partida, Gabi exaltou o espírito de superação da equipe:
“Estou feliz e orgulhosa pela resiliência do time. Mesmo sem começar tão bem, voltamos para a partida com confiança. A comissão técnica foi fundamental, passou informação o tempo todo. Não foi nossa melhor atuação, mas fomos valentes e conseguimos a vitória.”
Julia, por sua vez, não apenas marcou 24 pontos como também assumiu o posto de maior pontuadora do Brasil na competição, com 215 no total. E foi dela o ataque que definiu o jogo.
Próximo desafio: Itália invicta
Na decisão, o Brasil terá pela frente a fortíssima seleção italiana, atual campeã olímpica e da própria VNL. A equipe europeia chega embalada com 28 vitórias consecutivas — a última derrota foi justamente contra o Brasil, em 2024. O reencontro agora vale ouro e um título inédito para a seleção de Zé Roberto.
“Sabemos que será uma batalha. A Itália vem forte, mas melhoramos muito durante a Liga das Nações e acreditamos que temos tudo para vencê-las. Estamos muito focadas nesse objetivo”, afirmou Gabi.
Japão busca o bronze
Do outro lado da chave, o Japão tentará se recuperar emocionalmente da derrota diante do Brasil. A equipe encara a Polônia na disputa pelo terceiro lugar, também neste domingo, às 11h (de Brasília). Para o líbero Manami Kojima, o duelo trará mais uma chance de evolução:
“Estamos chateadas pela forma como a derrota aconteceu, mas sempre aprendemos muito enfrentando o Brasil. Agora é focar na medalha de bronze.”