Gabriel Bortoleto finalmente estreou no placar da Fórmula 1 com o oitavo lugar no GP da Áustria, realizado neste domingo (29). O resultado marca sua entrada oficial na elite do automobilismo, não apenas estatisticamente, mas também em termos de reconhecimento interno na equipe Sauber e no paddock como um todo.
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A corrida foi decisiva para o jovem brasileiro, que até então vinha acumulando boas classificações e ritmo consistente, mas sofria para concluir provas na zona de pontuação. Em Spielberg, isso mudou. Com uma atuação firme, Bortoleto segurou ataques de nomes experientes como Fernando Alonso nas voltas finais e garantiu a pontuação com autoridade.
A Sauber, que será transformada em Audi a partir de 2026, trouxe importantes atualizações aerodinâmicas em Barcelona e Montreal. Essas melhorias se refletiram em maior competitividade da equipe, que em 2024 terminou o Mundial de Construtores em último lugar. Desde os upgrades, Hulkenberg vinha sendo o destaque da equipe, mas foi Bortoleto quem capitalizou melhor o rendimento do carro na Áustria.

O brasileiro já havia chamado atenção ao classificar à frente de Hulkenberg em mais da metade das etapas do ano, inclusive em pistas técnicas como Austrália e Mônaco. Faltava, no entanto, uma performance sólida no domingo — e ela veio no momento certo.
Nos boxes da Sauber, o clima é de renovação. O desempenho de Bortoleto anima os engenheiros e reforça a aposta de longo prazo da Audi no piloto. Fontes nos bastidores apontam que o brasileiro é visto como a principal aposta para o novo projeto da montadora alemã, que pretende disputar pódios já a partir de 2026.
Na pista, Bortoleto se mostrou maduro ao evitar riscos desnecessários. Na disputa direta com Alonso, por exemplo, mesmo sendo mais veloz, optou por não arriscar uma ultrapassagem arriscada que poderia comprometer a prova. A leitura estratégica do jovem mostra que ele está entendendo os tempos da F1 — e ganhando a confiança da equipe para, futuramente, ser mais agressivo.

A performance em Spielberg também reacende a esperança de ver um brasileiro competitivo na Fórmula 1, algo que o país não vê desde os tempos de Felipe Massa na Ferrari. Com apenas dez GPs disputados, Bortoleto já figura entre os novatos mais promissores do grid atual.
Disputa pelo título esquenta entre McLaren, Norris e Piastri
No topo do campeonato, o cenário da temporada 2025 começa a ganhar contornos claros. A McLaren dominou mais uma vez, com Lando Norris vencendo a etapa austríaca e Oscar Piastri garantindo o segundo lugar, após resistir a um início agressivo do companheiro de equipe.
Com o abandono de Max Verstappen logo na primeira volta, após colisão com Kimi Antonelli, a Red Bull perde força na briga pelo título. Já a Mercedes, que demonstrou força no Canadá, não conseguiu repetir o bom desempenho sob calor extremo — condição na qual o carro da McLaren tem vantagem aerodinâmica e de refrigeração.

Charles Leclerc levou a Ferrari ao pódio, mas ainda distante da luta real pela vitória, o que evidencia a oscilação da escuderia italiana. Lewis Hamilton chegou em quarto, mostrando consistência, mas não o suficiente para ameaçar os ponteiros.
Próximo capítulo: Silverstone
A próxima etapa será disputada em Silverstone, berço histórico da Fórmula 1, onde tudo começou há 75 anos. O circuito britânico será mais um teste importante para Bortoleto, que agora pode correr com menos pressão e mais liberdade para ousar. A expectativa é de que a Sauber/Audi traga novos ajustes finos no pacote atual.

O brasileiro está em ascensão técnica e psicológica. Pontuar foi o primeiro passo. O próximo é consolidar essa consistência e se colocar entre os candidatos a pódio em corridas caóticas, como Spa e Zandvoort, onde talento pode pesar mais que equipamento.
Com talento, foco e uma equipe motivada ao seu lado, Bortoleto dá sinais de que pode ser mais do que uma promessa: pode ser realidade.