O Bahia está eliminado da Copa Sul-Americana. Após empatar em 0 a 0 no jogo de ida, em Salvador, o Tricolor foi superado na noite desta terça-feira (22) pelo América de Cali, por 2 a 0, no Estádio Pascual Guerrero, na Colômbia. Em uma atuação marcada por erros defensivos, apatia ofensiva e muita dificuldade de criação, o time de Rogério Ceni deu adeus à competição de forma melancólica.
O América, por sua vez, soube ser eficiente. Aproveitou o mando de campo, a atmosfera da torcida e, principalmente, as falhas do adversário, para construir a vantagem e carimbar a vaga nas oitavas de final da competição. Murillo e Garcés marcaram os gols da classificação colombiana.
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Primeiro tempo: erro grotesco e controle colombiano
O Bahia começou tentando mostrar mais presença ofensiva, com Cauly e Pulga buscando espaços nas pontas e Jean Lucas ditando o ritmo no meio-campo. Mas, com apenas cinco minutos, já era nítido que o América estava mais ligado. A equipe colombiana marcava alto, ganhava os duelos e neutralizava a saída de bola do time baiano.
O lance capital da primeira etapa aconteceu aos 27 minutos. Murillo arrancou pela esquerda e tocou para Luis Ramos, que se infiltrava entre os zagueiros. Ramos Mingo, mal posicionado, tentou recuar a bola para o goleiro Marcos Felipe, mas o passe saiu forte e desajeitado. O goleiro se atrapalhou no domínio e entregou nos pés de Murillo, que apenas empurrou para as redes: 1 a 0 para os donos da casa, em um erro que beirou o amadorismo.
Mesmo atrás no placar, o Bahia seguiu sem agressividade. Pulga teve a melhor chance, após passe de Juba, mas finalizou para fora. O América ainda quase ampliou com Tovar, que cabeceou livre na área, mas desperdiçou.
Segundo tempo: domínio estéril e castigo no fim
A volta do intervalo trouxe um Bahia mais presente no campo de ataque, mas ainda sem objetividade. Com até 76% de posse de bola no segundo tempo, o Tricolor rondava a área do América de Cali, mas esbarrava em erros no último passe, cruzamentos sem direção e decisões apressadas.
A melhor oportunidade veio aos 27 minutos, quando Jean Lucas fez belo passe cavado para Kayky. O atacante dominou bem dentro da área, mas, cara a cara com o goleiro, finalizou por cima. Era a chance do empate, que daria ao Bahia uma sobrevida na partida.
O técnico Rogério Ceni ainda promoveu alterações, tentando dar novo fôlego ao time, mas o cenário não mudou. A equipe parecia sem confiança, e as substituições pouco surtiram efeito. Nos minutos finais, o América aproveitou o avanço baiano para matar o jogo. Aos 50 minutos, em cobrança de falta desatenta, Garcés subiu sozinho na área e cabeceou para o fundo da rede, sacramentando a classificação dos colombianos: 2 a 0.
Atuação preocupante do Bahia e sinal de alerta
A eliminação para o América de Cali expõe fragilidades que já vinham dando sinais no Bahia nas últimas semanas. A equipe tem volume de jogo, troca passes com qualidade, mas sofre com a pouca efetividade ofensiva e, sobretudo, com erros graves no setor defensivo. Ramos Mingo, que já vinha sendo questionado, esteve diretamente envolvido no primeiro gol, em mais uma falha individual decisiva.
Rogério Ceni tentou justificar a queda de rendimento com o desgaste físico do elenco e o ritmo da maratona de jogos. No entanto, a atuação desta terça foi mais do que cansaço: foi um Bahia apático, desorganizado e sem a fome de decisão que a Sul-Americana exigia.
O que vem por aí
Com a eliminação, o Bahia volta agora suas atenções exclusivamente para o Campeonato Brasileiro. A equipe enfrentará no próximo domingo (27) o Juventude em casa. Restará saber se a eliminação na Colômbia será apenas um tropeço ou o início de uma crise mais profunda no time baiano.
Já o América de Cali segue na Sul-Americana e aguarda seu adversário nas oitavas de final. E se mantiver o desempenho apresentado contra o Bahia, pode surpreender ainda mais.