O Corinthians vive mais um capítulo conturbado nos bastidores. Em reunião realizada na noite desta segunda-feira (26), no Parque São Jorge, o Conselho Deliberativo aprovou o afastamento de Augusto Melo do cargo de presidente do clube. A decisão contou com 176 votos favoráveis, 57 contrários e uma abstenção.
Quem assume o comando interinamente é o vice-presidente Osmar Stabile, enquanto o futuro definitivo da presidência será decidido em assembleia geral. De acordo com o estatuto, os sócios do clube deverão referendar — ou não — a decisão do Conselho. Caso a destituição seja confirmada, novas eleições serão convocadas. Se Augusto Melo renunciar antes disso, Stabile permanece no cargo até o fim do mandato, em 2026.
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O afastamento é consequência de uma série de denúncias envolvendo a gestão de Augusto, incluindo suspeitas de irregularidades no contrato de patrocínio com a empresa VaideBet, possível infração à Lei Geral do Esporte e desrespeito ao estatuto corintiano. Na semana passada, o dirigente foi, inclusive, indiciado pela Polícia Civil.
Antes mesmo do resultado da votação, Augusto Melo fez um pronunciamento contundente, recusando-se a renunciar.
“Não é renúncia, ao contrário. Não vou participar dessa palhaçada”, declarou. O presidente deixou o local antes do fim da reunião e foi representado por seu advogado, Ricardo Cury.
Em sua fala, Augusto tentou defender o legado deixado em sua breve gestão. Citou acordos firmados com Adidas, Multipark e avanços na estrutura do CT da base, além da promessa de que todas as auditorias estão sendo entregues ao Conselho Fiscal.
Eleito no fim de 2023, Augusto Melo quebrou uma hegemonia de 16 anos do grupo Renovação e Transparência na direção do Timão. Sua gestão, embora breve, teve o título paulista de 2024 como principal feito esportivo — mas foi marcada por turbulências políticas e polêmicas fora de campo.
Agora, o Corinthians se vê novamente diante de uma crise institucional, com o futuro do clube nas mãos de seus sócios.
