Atlético-MG abre 2 a 0, mas cede empate ao Bolívar na altitude e adia decisão na Sul-Americana

O Atlético-MG deixou escapar uma vitória que parecia encaminhada diante do Bolívar, nesta quarta-feira, pelas quartas de final da Conmebol Sul-Americana. Em La Paz, a 3.600 metros de altitude, o Galo abriu 2 a 0 ainda no primeiro tempo, com gols de Alexsander e Vitor Hugo, mas viu o adversário reagir, desperdiçar um pênalti e, mesmo com um jogador a menos, empatar nos minutos finais. O resultado de 2 a 2 mantém a disputa totalmente em aberto para o jogo da volta, na Arena MRV, em Belo Horizonte, na próxima quarta-feira.

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Primeira etapa cirúrgica do Galo

O duelo começou como se esperava na capital boliviana: pressão dos donos da casa, muita intensidade e chutes de média distância para testar os efeitos da altitude. O goleiro Everson trabalhou cedo, primeiro num chute de Cauteruccio, que girou na área e bateu cruzado, e depois num arremate rasteiro de Robson Matheus. O Atlético sofreu para encaixar contra-ataques e ainda perdeu um jogador importante aos 30 minutos: Cuello prendeu o pé no gramado, caiu chorando e precisou sair de campo para dar lugar a Caio Paulista. Minutos depois, exames apontariam uma grave fratura de fíbula associada a ruptura de ligamentos no tornozelo esquerdo.

Mesmo com a dificuldade de criação, o Galo foi letal quando teve a bola. Já nos acréscimos, Alexsander roubou a posse na defesa, Rony disparou pelo meio e acionou Scarpa, que apenas rolou para o volante abrir o placar com categoria. O golpe do visitante não parou aí: em nova bola parada de Scarpa, Vitor Hugo subiu mais alto que a defesa boliviana e cabeceou para as redes, ampliando para 2 a 0 e silenciando o Hernando Siles.

Reação boliviana e pênalti perdido

O cenário parecia ideal para os mineiros, mas o Bolívar não se entregou. Logo aos dois minutos do segundo tempo, Robson Matheus aproveitou escanteio e, na segunda trave, finalizou para vencer Everson e recolocar os bolivianos no jogo. O Atlético respondeu com Scarpa exigindo grande defesa de Lampe, mas o clima era de pressão constante dos mandantes.

Aos 11 minutos, a situação ficou ainda mais favorável para o Galo: Gariglio acertou Caio Paulista com uma entrada de sola e, após revisão do VAR, recebeu cartão vermelho direto. O Bolívar, porém, não baixou o ritmo. Cauteruccio quase marcou em chute pela esquerda e, aos 24, teve a maior chance do jogo: pênalti cometido pela defesa atleticana. O uruguaio foi para a bola, mas acertou o travessão, desperdiçando a oportunidade de empatar.

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Empate no fim e chance perdida de Hulk

A insistência boliviana, no entanto, foi recompensada. Aos 41 minutos, o árbitro marcou nova penalidade para os donos da casa. Dessa vez, Dorny Romero assumiu a responsabilidade e, com paradinha, deslocou Everson para igualar o marcador. O Galo ainda teve a bola do jogo nos acréscimos: Hulk, livre na área, recebeu cruzamento açucarado, mas isolou por cima do gol, desperdiçando a chance de sair de La Paz com uma vitória histórica.

Decisão aberta em Belo Horizonte

Com o empate, Atlético-MG e Bolívar chegam à partida de volta com chances iguais. Quem vencer na Arena MRV avança às semifinais da Sul-Americana; novo empate leva a decisão para os pênaltis. O time mineiro leva a vantagem do apoio da torcida, mas precisará corrigir erros de concentração e se adaptar à ausência de Cuello, que será desfalque certo após a grave lesão sofrida.

Agenda e contexto

Antes do confronto decisivo pela competição continental, as equipes voltam suas atenções aos campeonatos nacionais. O Bolívar encara o ABB no sábado, às 12h (de Brasília), pelo Campeonato Boliviano. No mesmo dia, às 18h30, o Atlético visita o Botafogo no Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro.

Mais do que um empate fora de casa, o resultado em La Paz deixou um alerta para o Galo: mesmo em vantagem numérica e no placar, é preciso manter o controle emocional para não perder pontos preciosos. A Arena MRV promete casa cheia e clima de decisão na próxima quarta-feira, quando o Atlético terá nova chance de carimbar vaga nas semifinais e se reaproximar do sonho do título inédito da Sul-Americana.

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