Um empate sem gols, mais uma atuação abaixo do esperado e uma coletiva carregada. Assim terminou a noite do Palmeiras no Allianz Parque, nesta quarta-feira (19), após o 0 a 0 diante do Vitória. Irritado, Abel Ferreira dividiu suas declarações entre críticas duras à arbitragem, um desabafo sobre “narrativas” envolvendo o clube e apontamentos firmes sobre a apatia da equipe na etapa inicial.
A igualdade manteve o Verdão na vice-liderança do Brasileirão, agora dois pontos atrás do Flamengo, mas escancarou um ambiente de cobrança interna num momento decisivo da temporada.
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Abel protesta contra expulsão de Andreas e questiona critério da arbitragem
A principal bronca do treinador foi a expulsão de Andreas Pereira no fim do jogo. O meia levou o primeiro amarelo aos 39 minutos, em lance que, segundo Abel, sequer houve contato no rosto do adversário. Após reclamar com o árbitro Lucas Paulo Torezin, recebeu o segundo cartão e deixou o Palmeiras com um a menos.
Abel relacionou a decisão à narrativa de que o Palmeiras seria favorecido, algo que considera injusto. O técnico citou outros jogos, reclamou de supostas incoerências e pediu critério.
“Criaram narrativas de que o Palmeiras é beneficiado. O árbitro estava a cinco metros, o Andreas nem toca. São fatos. No jogo com o São Paulo fizeram um escabeche por um pênalti, semanas depois tivemos um pênalti claro no Santos que ninguém fala. Onde está o critério? O Andreas foi expulso porque disse que era ridículo o amarelo que recebeu. Tudo além disso é mentira”, afirmou.
Com a expulsão, Andreas será desfalque na partida contra o Fluminense, sábado, no Allianz Parque.
Primeiro tempo irrita técnico: “45 minutos de apatia”
Se a arbitragem foi motivo de indignação, o desempenho do time também não passou ileso. Abel classificou a primeira etapa como “passiva” e citou falta de agressividade e pouca iniciativa para romper a marcação baiana.
“Demos 45 minutos de avanço. Fomos passivos, só tocamos para trás e para o lado. Faltou agressividade. Allan, um menino de 20 anos, mostrou o que tinha que ser feito: ir para cima, arriscar, tentar o um contra um. Isso não aconteceu com o resto do time”, analisou.
Melhora no segundo tempo, mas sem eficiência
Com as entradas de Vitor Roque e Felipe Anderson no intervalo, o Palmeiras conseguiu acelerar o jogo, mas parou em Thiago Couto. Mesmo com chances claras, como o rebote desperdiçado por Veiga e a bomba de Felipe Anderson defendida no fim, o time voltou a terminar uma partida sem gols.
Abel reconheceu que, mesmo com a evolução na etapa final, a equipe não conseguiu transformar a pressão em bola na rede.
“A segunda parte foi totalmente diferente, criamos mais, tivemos remates perigosos, mas a bola não entrou. Futebol é assim. Mas não fizemos uma boa primeira parte e essa responsabilidade é nossa.”
Cruzamentos em excesso? Abel rebate narrativa
Em determinado momento, o Palmeiras abusou das bolas alçadas, principalmente após a entrada de Gustavo Gómez como centroavante. Questionado sobre o excesso de cruzamentos, Abel disse que essa leitura não reflete o que ocorreu desde o início do jogo.
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“Na primeira parte cruzamos apenas duas vezes. Não venham com essa narrativa. Contra uma equipe que joga toda atrás, tentamos outras formas. Na segunda parte, sim, cruzamos mais porque era o que o jogo pedia. Quando não dá por dentro, é preciso buscar alternativas.”
Ambiente de pressão e decisões pela frente
O Palmeiras chega à reta final do Brasileirão pressionado, com três partidas seguidas sem vitória e oscilação em momentos-chave. A equipe volta a campo no sábado, às 21h30, no Allianz Parque, contra o Fluminense. Depois, encara o Grêmio antes da viagem para Lima, onde decidirá a Conmebol Libertadores no dia 29.
Abel deixou claro que a cobrança interna precisa aumentar se o time quiser chegar vivo à disputa pelo título até a última rodada.
“Quem quer lutar pelo título não pode oferecer 45 minutos como oferecemos. É simples.”









