Fora da lista de quase 700 isenções do tarifaço, a carne bovina — taxada em 50% por Donald Trump — afeta significativamente os exportadores brasileiros. A tarifa entra em vigor no dia 8 de agosto, e a indústria de carnes corre contra o tempo para definir estratégias diante desse cenário.
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Para se ter noção, a carne bovina representa a segunda maior fatia do mercado de importação. Só em 2024, o Brasil exportou mais de 532 mil toneladas, que renderam US$ 1,6 bilhão e corresponderam a 16,7% de todo o volume exportado no ano, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
A mesma entidade estima que as perdas no restante de 2025 podem chegar a US$ 1,3 bilhão. Caso a tarifa não seja revogada, os prejuízos devem se agravar nos próximos anos, podendo ultrapassar os US$ 3 bilhões.
Pressionado, o setor estuda novos mercados como Vietnã — oitavo destino das exportações brasileiras e 14º maior importador global —, além de China, União Europeia e Emirados Árabes Unidos, de acordo com o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sinduscarne).
Nos bastidores, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) mantém diálogo com o Conselho de Importação de Carne da América (Mica), que negocia com parlamentares e assessores de Trump para tentar reverter a medida.