As exportações de soja do Brasil para a China registraram uma alta de 9% em junho de 2025, consolidando o país como principal fornecedor do grão para o gigante asiático. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e mostram que, no período, mais de 10,5 milhões de toneladas foram embarcadas em direção ao maior parceiro comercial brasileiro.
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Esse avanço, mesmo em meio a um cenário de desafios logísticos e instabilidade climática, confirma a força do agronegócio nacional e o papel estratégico da soja na balança comercial. O volume exportado no mês representou quase 80% do total adquirido pela China no mercado global, superando concorrentes como Estados Unidos e Argentina.
Segundo analistas do setor, o crescimento nas vendas reflete não apenas uma safra mais consistente no Brasil, mas também uma janela de oportunidade criada por atrasos na colheita norte-americana e por estoques menores em outros países produtores.
Relação comercial fortalecida
A China é, há anos, o principal destino das exportações brasileiras de soja, responsável por cerca de 70% da demanda internacional pelo grão. A relação bilateral vem se intensificando, principalmente em períodos de entressafra no hemisfério norte. Neste ano, fatores como o clima mais favorável em partes do Centro-Oeste brasileiro e acordos logísticos garantiram uma boa fluidez dos embarques.

Além disso, a demanda chinesa segue firme, impulsionada pela recuperação da indústria de rações e pelo crescimento gradual do setor de suinocultura no país. O grão brasileiro é valorizado no mercado internacional por apresentar elevado teor proteico e boa regularidade nas entregas.
As exportações de soja continuam sendo o carro-chefe do agronegócio brasileiro. No acumulado do semestre, o país já enviou mais de 55 milhões de toneladas do produto ao exterior, gerando uma receita próxima de US$ 30 bilhões, segundo o Ministério da Agricultura. Só a China responde por mais da metade desse valor.
Esse desempenho ajuda a sustentar o superávit comercial do Brasil, especialmente em um cenário de desaceleração das exportações de outras commodities como minério de ferro e petróleo. A soja mantém seu protagonismo como ativo estratégico nas relações econômicas e diplomáticas com a Ásia.
Quais as expectativas para o segundo semestre do ano ?
Apesar do bom momento, o setor permanece atento aos fatores que podem afetar a performance das exportações nos próximos meses. Entre os principais pontos de atenção estão:
- Oscilações no câmbio, que influenciam a competitividade do grão brasileiro;
- A evolução da safra nos Estados Unidos, que pode pressionar os preços internacionais;
- A possibilidade de novos gargalos logísticos internos com o escoamento da produção.
Mesmo assim, especialistas mantêm uma visão positiva para o segundo semestre. A expectativa é de que o Brasil continue liderando as exportações globais de soja em 2025, podendo fechar o ano com mais de 95 milhões de toneladas embarcadas, um dos maiores volumes da história.