Os aeroportos brasileiros movimentaram 10,4 milhões de passageiros em maio, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Este é o maior volume já registrado para o mês desde o início da série histórica, no ano 2000. Pela primeira vez, o país ultrapassou a marca de 10 milhões de embarques por três meses consecutivos março, abril e maio evidenciando a consolidação da recuperação da aviação civil nacional.
A retomada não apenas supera os patamares anteriores à pandemia, como também mostra crescimento sustentável tanto em voos domésticos quanto internacionais, com aumento de demanda e oferta em ambos os segmentos.
Nos voos domésticos, os aeroportos registraram 8,2 milhões de passageiros, um crescimento de 14% em relação a maio de 2024. A demanda, medida em passageiros por quilômetro transportado, cresceu 17,9%, enquanto a oferta de assentos subiu 15,2%.
Já nos voos internacionais, o desempenho também foi positivo, com 2,1 milhões de passageiros, alta de 13,2% na comparação anual. A Anac destaca que o segmento acumula 50 meses seguidos de crescimento, desde abril de 2021, reforçando a solidez da retomada internacional.
A sequência de resultados positivos reflete um conjunto de fatores:
- Reorganização do setor após a pandemia, com retomada de rotas estratégicas especialmente para destinos na América do Sul.
- Investimentos em infraestrutura aeroportuária, como as ampliações em Congonhas e Galeão, que permitiram o aumento da capacidade operacional.
- Melhora nos indicadores econômicos, como a queda do desemprego para 6,2% em maio e aumento da renda, que ampliam o poder de compra da população e estimulam o turismo interno.
Entre janeiro e maio de 2025, o número total de passageiros no país atingiu 51,5 milhões, o maior volume da história para o período. O dado representa crescimento de 10% em relação ao mesmo intervalo de 2024 e 6% acima do recorde anterior, registrado em 2015.
Os três aeroportos mais movimentados até agora:
- Guarulhos (SP) – 11,6 milhões de passageiros
- Congonhas (SP) – 9,5 milhões
- Brasília (DF) – 5,9 milhões
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Apesar do bom desempenho, o setor aéreo enfrenta desafios importantes. Aeroportos próximos da capacidade máxima, como Guarulhos, demandam obras de expansão para acompanhar o crescimento da demanda. Há também preocupações com a sazonalidade: economistas alertam que um possível aumento do desemprego no segundo semestre pode afetar o volume de viagens.
Mesmo com esses riscos, o Ministério de Portos e Aeroportos projeta crescimento superior a 8% no número total de passageiros em 2025, com foco na interiorização de rotas e estímulo à aviação regional.
“Os números são excepcionais e reforçam que o setor aéreo cresce alinhado à economia. Isso gera emprego, desenvolvimento e renda para o país”, afirmou o ministro Silvio Costa Filho.
“A sequência de 50 meses de alta internacional reflete a solidez da retomada e o papel estratégico do Brasil no tráfego aéreo sul-americano”, destacou a Anac em nota técnica.