Real tem a quarta maior valorização frente ao dólar em 2025

O real conquistou posição de destaque no cenário econômico global em 2025. De acordo com um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, com base em dados do Banco Central do Brasil, a moeda brasileira foi a quarta que mais se valorizou frente ao dólar neste ano, acumulando uma alta de 10,1% até o dia 13 de maio.

Essa performance coloca o real à frente de moedas de países considerados emergentes e até desenvolvidos, em um momento de grande volatilidade no câmbio internacional.

O ranking de valorização cambial é liderado pelo rublo russo, com um avanço expressivo de 34,2%. Em segundo lugar aparece o cedi de Gana, com 16,6% de valorização, seguido pela coroa sueca, que subiu 13,5% no acumulado do ano. O real, com seus 10,1%, fecha o top 4 das moedas com melhor desempenho frente ao dólar norte-americano.

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Essa valorização do real está ligada a uma combinação de fatores internos e externos. Entre os principais motivos, analistas apontam o diferencial de juros ainda elevado no Brasil, o fluxo positivo de capital estrangeiro, a retomada do superávit comercial e a estabilidade fiscal no primeiro semestre de 2025 mesmo em meio a incertezas políticas e reformas em andamento.

Outro fator relevante é o bom desempenho das commodities brasileiras no mercado internacional, o que fortalece a entrada de dólares no país e sustenta o câmbio em patamar mais favorável ao real.

As piores do ano até agora

Se o real vive um bom momento, o mesmo não pode ser dito de outras moedas. O bolívar soberano da Venezuela foi a que mais perdeu valor frente ao dólar em 2025, com queda de 44,2%. Em seguida vêm a libra sul-sudanesa, com desvalorização de 13,9%, e o dinar líbio, que recuou 11% no acumulado do ano.

Essas perdas refletem realidades econômicas críticas, marcadas por hiperinflação, instabilidade política e colapso das instituições econômicas fatores que afugentam investidores e deterioram o valor das moedas locais.

Real forte: bom ou ruim?

Embora a valorização do real seja vista como um sinal de confiança na economia brasileira, ela também traz desafios. Um real mais forte pode impactar negativamente o setor exportador, ao tornar os produtos brasileiros menos competitivos no exterior. Além disso, pode pressionar a balança comercial e gerar revisões nas expectativas de crescimento do setor industrial.

Por outro lado, o dólar mais barato ajuda a conter a inflação especialmente de produtos importados e reduz os custos de empresas com dívidas em moeda estrangeira. Também facilita o consumo de bens e serviços internacionais pelos brasileiros, como viagens e compras no exterior.

Expectativas para o segundo semestre

A manutenção da valorização do real vai depender de fatores como a condução da política monetária pelo Banco Central, os desdobramentos da reforma tributária e fiscal, além do cenário global especialmente as decisões do Federal Reserve (Fed) sobre os juros nos Estados Unidos.

Para a Austin Rating, o desempenho do real até agora coloca o Brasil em um bom ponto de partida para o segundo semestre, mas a continuidade desse ritmo dependerá da consistência das políticas internas e da manutenção do apetite estrangeiro por ativos brasileiros.

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