Primeira semana de maio: Decisões do COPOM e do FED orientam os rumos dos mercados globais

A primeira semana de maio de 2025 começa sob forte expectativa no cenário econômico global, marcada por movimentações diplomáticas entre China e Estados Unidos e decisões cruciais de política monetária em Brasília e Washington.

No front internacional, o governo chinês confirmou que foi procurado por representantes norte-americanos para iniciar novas rodadas de negociações comerciais. Pequim, no entanto, condiciona qualquer avanço à retirada das tarifas impostas pela administração Biden desde o início do ano.

Fontes diplomáticas indicam que o fentanil, opioide cuja produção é concentrada em território chinês, poderá ser incluído nas tratativas, dado o impacto da substância no mercado americano e sua relevância geopolítica.

Enquanto isso, os investidores voltam as atenções para a quarta-feira (7), quando os bancos centrais do Brasil e dos EUA anunciarão suas respectivas decisões sobre taxas de juros.

Cenário doméstico: Copom avalia novo aumento da Selic

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) enfrenta o desafio de conter expectativas de inflação persistentemente acima da meta, enquanto observa um mercado de trabalho ainda aquecido e efeitos das medidas fiscais expansionistas em curso.

Nas últimas semanas, diretores do Banco Central sinalizaram que o ciclo de alta da taxa Selic pode estar próximo do fim, citando indícios de desaceleração econômica. Ainda assim, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, destacou que as projeções de inflação para o terceiro trimestre de 2026 continuam distantes do centro da meta. Com isso, o mercado trabalha com a possibilidade de um novo aumento de 0,50 ou 0,75 ponto percentual, elevando a Selic para 14,75% ou 15% ao ano.

Analistas também acompanham com atenção o comunicado que seguirá a decisão: se haverá indicação de nova alta em junho ou se a reunião desta semana marcará o encerramento do ciclo de aperto monetário iniciado em 2024.

Estados Unidos: Fed deve manter juros, mas sinalizar próximos passos

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) deverá manter a taxa básica entre 4,25% e 4,5%, mas o foco do mercado estará nas entrelinhas do comunicado da autoridade monetária.

A atenção especial recai sobre o ritmo da política de quantitative tightening (QT) — processo de enxugamento de liquidez e possíveis pistas sobre o início de cortes de juros, algo esperado para o segundo semestre. A coletiva do presidente Jerome Powell, logo após a decisão, será decisiva para calibrar as apostas.

A recente divulgação dos dados robustos do mercado de trabalho americano reduziu a urgência por cortes imediatos, mas a sinalização dependerá de como o Fed avalia os efeitos das tarifas sobre a inflação e a atividade econômica.

Agenda cheia: indicadores, feriados e balanços movimentam a semana

Além das decisões de juros, a semana traz uma série de indicadores relevantes:

A agenda também será influenciada por feriados no Japão, China e Reino Unido no início da semana.

Temporada de balanços: Itaú, Disney e Ambev divulgam resultados

No Brasil, empresas de peso como Itaú, Bradesco, Ambev, CSN, Minerva e Embraer apresentam seus resultados do primeiro trimestre. Nos Estados Unidos, os destaques ficam por conta de Walt Disney, Uber, Palantir, AMD, SMCI, Mercado Livre e Banco Inter.

Com tantas variáveis no radar, os mercados financeiros devem operar sob elevada volatilidade. Investidores seguem atentos às falas das autoridades monetárias e à repercussão das medidas econômicas, tanto no front interno quanto externo.

Para acompanhar todos os indicadores e resultados da semana, acesse o Calendário Econômico oficial do Banco Central do Brasil e o Calendário de Balanços no site da CVM.

A semana promete ser agitada nos mercados, com decisões importantes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Para quem acompanha a economia de perto, esse é um momento de atenção redobrada. As escolhas dos bancos centrais, os números das grandes empresas e os indicadores econômicos vão dizer muito sobre o que esperar dos próximos meses. Em meio à incerteza, manter-se bem informado é essencial afinal, as decisões de hoje podem impactar diretamente o bolso e os planos de amanhã.

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