Gripe aviária: Paraná descartará milhões de ovos para evitar disseminação da doença

No último dia 15 de maio, foram confirmados os primeiros casos de gripe aviária em 2025 no Brasil. Os focos foram registrados no município de Montenegro (RS), em aves comerciais, e em Sapucaia do Sul (RS), em aves silvestres, especificamente na espécie cisne-de-pescoço-preto.

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A eliminação de ovos faz parte do protocolo sanitário nacional, com o objetivo de evitar qualquer possibilidade de disseminação dos subtipos H5 e H7 da gripe aviária, altamente patogênicos para galinhas e outras aves domésticas e aquáticas. Diante da situação, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência zoossanitária por 60 dias em Montenegro.

As ações rápidas e eficazes de contenção do vírus são cruciais neste momento, já que ainda não há vacinas disponíveis contra a gripe aviária. Enquanto a vacina da gripe humana protege contra os vírus A (H1N1 e H3N2) e B, a gripe aviária é causada pelo vírus H5N1.

Pesquisadores do Instituto Butantan estão desenvolvendo a primeira vacina brasileira contra a gripe aviária, com potencial de oferecer uma imunização 100% nacional. Os testes estão em fase final, aguardando a autorização da Anvisa para estudos clínicos em humanos.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, com as medidas de contenção — como o descarte de ovos, isolamento das áreas afetadas, abatimento das aves e o decreto de emergência — a expectativa é que o foco do vírus esteja totalmente eliminado até junho, desde que não haja novos registros.

Após a confirmação dos casos, países como China, União Europeia e Argentina suspenderam temporariamente a importação de carne de frango do Brasil. A medida foi adotada como precaução, embora o consumo de produtos devidamente cozidos não represente risco à saúde humana.

O risco de transmissão para humanos é considerado muito baixo, principalmente porque não foram identificados casos em aves domésticas no Brasil. Portanto, é seguro consumir ovos e carnes de aves, desde que preparados adequadamente.

Até o momento, não há evidências de que o consumo de alimentos contaminados cause infecção após o cozimento. Casos humanos de infecção pelo vírus A(H5N1) registrados em outros países ocorreram após contato direto com aves infectadas ou ambientes contaminados, como mercados de aves vivas. Alguns casos também foram associados ao consumo de sangue de aves cru e contaminado.

No Brasil, até o momento, não há registros de infecção por gripe aviária em seres humanos.

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