O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, voltou a se manifestar publicamente contra o atual patamar da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que se mantém em 14,75% ao ano. Em declarações recentes, Marinho defendeu que o Banco Central já deveria ter iniciado o processo de redução da taxa, apontando que os juros elevados estão prejudicando o crescimento econômico, a geração de empregos e a recuperação do setor produtivo.
LEIA TAMBÉM: Com aval de Gonet, líder do PT deve auxiliar Moraes em investigação contra Eduardo Bolsonaro
Segundo o ministro, o atual patamar da Selic é “injustificadamente alto” e não condiz com os sinais de desaceleração da inflação no país. Marinho também criticou a postura do Comitê de Política Monetária (Copom), afirmando que o ciclo de cortes deveria ter começado há pelo menos três meses, e que a decisão de manter os juros elevados por mais tempo compromete os esforços do governo para estimular a economia.
“O empresariado que está na produção vem reclamando. Os juros altos travam o investimento, impedem a expansão de empregos e tornam mais difícil o crescimento sustentável”, declarou o ministro durante um evento com lideranças sindicais. Ele ainda acrescentou que o governo tem feito “quase um milagre” para manter a economia aquecida mesmo sob um cenário de política monetária restritiva.
Marinho também expressou preocupação com os impactos da política monetária no mercado de trabalho e no bem-estar da população. Para ele, a atuação do Banco Central deve levar em conta não apenas os índices econômicos, mas também as necessidades sociais do país.
A fala do ministro ocorre em meio a um crescente debate entre integrantes do governo federal e a diretoria do Banco Central, especialmente sobre o papel da autoridade monetária na condução da política econômica. Enquanto o Banco Central alega que a taxa Selic elevada é necessária para manter a inflação sob controle, membros do Executivo vêm pedindo maior sensibilidade aos efeitos sociais dos juros altos.
O próximo encontro do Copom está previsto para as próximas semanas, e o mercado aguarda com expectativa os sinais de uma possível mudança de rumo na política de juros. A pressão política, no entanto, amplia o desafio do Banco Central em conciliar metas inflacionárias com a demanda por estímulo ao crescimento.