Lula quer taxar super-ricos, diminuir jornada de trabalho dos operários e combater supersalários dos servidores

Por qual motivo não seria vantajoso para o povo reduzir a desigualdade social, em um país que se encontra entre os mais desiguais do mundo? Certamente para aquele 1% do topo da pirâmide, que pretendem manter privilégios às custas dos outros 99%.

Não só a taxação de super ricos, que pagam uma porcentagem menor de imposto quando comparados com os beligerantes do salário-mínimo, como também a redução da jornada 6×1 de trabalho, são realidades em países mais desenvolvidos, onde já se experienciam semanas com apenas quatro dias de trabalho, como Bélgica, Islândia, Reino Unido e Nova Zelândia, onde empresas e governo já avaliam esta nova dinâmica de trabalho. Ainda mais com o prognóstico de as máquinas e a inteligência artificial cada vez mais ocuparem o espaço dos seres humanos.

Esta semana o presidente Lula ressaltou o interesse do governo em reduzir a jornada de trabalho 6×1 atualmente em vigor:

Nós vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país, em que o trabalhador e a trabalhadora passam seis dias no serviço e têm apenas um dia de descanso. A chamada jornada 6 por 1. Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras”, disse o presidente.

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Quando se fala, então, em super salários de servidores públicos, tanto do executivo, quanto do judiciário e do legislativo, envolvemos assuntos muito comentados nos últimos meses, que é o rombo da previdência e a diminuição de gastos públicos. Deste modo, todas estas três medidas seriam oportunidades para o governo de arrecadação de recursos para serem investidos em outros setores.

Lula, que durante seus dois primeiros governos tirou 20 milhões de pessoas da extrema pobreza. Foto: Redes Sociais

O deputado Lindbergh Farias, líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, comentou esta preocupação do governo em uma distribuição de renda de forma mais justa:

O Lula sempre foi um presidente que olhou para o povo trabalhador, o povo mais pobre. Estamos dando um passo além nessa agenda nossa, que é falar dessa profunda desigualdade tributária, em que os ricos praticamente não pagam impostos enquanto a classe média e os pobres estão atolados. Chegou a hora de ter nitidez política. Estou convencido de que para este período agora, que antecipa o processo eleitoral, essa é a posição do presidente Lula e a posição que nós vamos assumir”.

Embora pesquisa da DataFolha mostre que 76% da população é a favor da taxação de pessoas que ganhem mais de 50 mil por mês, o que percebemos é uma forte movimentação da extrema direita e do centrão para estes projetos não irem para a frente. O engraçado, é que quando conveniente, usam a “vontade popular” (embora muitas vezes embasadas em Fake News) para as suas tomadas de decisão.

A pergunta que eu faço é: se menos de 1% ganham mais de 50 mil por mês, e somente 76% da população é a favor da taxação, por que ainda existe 23% da população contra esta taxação?

Autor

  • Ricardo Lacava

    Veterinário graduado pela UNESP, mestrado pela UFSC e Doutorado pela UNESP/Harper Adams University (Sanduíche/Reino Unido). Graduação em letras pela UFSCAR em andamento. Servidor público federal do Ministério da Agricultura desde 2008. Menção honrosa no Prêmio Literário Cidade de Manaus 2024. Autor do romance “Infecundo Solo”, segundo lugar no Prêmio José de Alencar, Concurso Internacional de Literatura União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, 2017. Vencedor do Prêmio Literário Uirapuru 2019 com o livro “Astúncio, o estúpido esclarecido” e do XIV Prêmio Literário Livraria Asabeça 2015 com a obra “O Canto do Urutau”.

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