O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (3) que a indústria brasileira ainda opera 15,3% abaixo do nível recorde alcançado em 2011, refletindo as dificuldades do setor em recuperar o desempenho pré-crise. A produção industrial no país foi impulsionada em parte pelo crescimento de setores como alimentos, bebidas e produtos farmacêuticos, mas continua abaixo do pico histórico, o que preocupa analistas econômicos.
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Segundo o IBGE, o setor indústria de transformação é o mais impactado, com uma produção 20% inferior à de 2011. O setor de mineração e extração apresentou crescimento, mas também tem dificuldades para recuperar as perdas registradas nos últimos anos. A indústria de construção civil, que ajudou a impulsionar o setor durante os períodos de recuperação, também enfrenta desafios devido à alta nos custos de materiais e custos de financiamento elevados, fruto da manutenção de juros altos.
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As políticas monetárias restritivas, com taxas de juros elevadas, continuam a afetar diretamente o desempenho da indústria, que depende do crédito para financiar investimentos em infraestrutura, tecnologia e inovação. O Custo Brasil, que inclui questões logísticas e burocráticas, também continua a ser um fator limitante para a competitividade da indústria nacional.
A expectativa é que a recuperação da produção dependa de uma combinação de fatores, incluindo a diminuição das taxas de juros e o aprimoramento de políticas públicas voltadas para a inovação tecnológica e a desburocratização dos processos empresariais. O governo está monitorando a situação e projeta um crescimento gradual, mas ainda com desafios pela frente.