A produção industrial brasileira registrou uma queda de 0,2% em julho em relação ao mês anterior, marcando o quarto mês consecutivo de retração no setor. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a sequência de resultados negativos reflete os efeitos de uma política monetária mais restritiva, com a taxa Selic elevada, que encarece o crédito e afeta negativamente as decisões de consumo e investimento.
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Entre as 25 atividades industriais pesquisadas, 13 apresentaram queda na produção. Os maiores impactos negativos foram observados nos setores de metalurgia (-2,3%), outros equipamentos de transporte (-5,3%) e impressão e reprodução de gravações (-11,3%). Por outro lado, as atividades que apresentaram crescimento foram produtos farmoquímicos e farmacêuticos (7,9%), produtos alimentícios (1,1%) e produtos químicos (1,8%).
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No acumulado do ano, a indústria registrou um crescimento de 1,1% em relação ao mesmo período de 2024, e em 12 meses, o avanço foi de 1,9%. No entanto, a média móvel trimestral voltou a cair (-0,3%), evidenciando a perda de fôlego do setor. A produção industrial permanece 1,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda está 15,3% abaixo do pico histórico alcançado em maio de 2011.
A combinação de juros altos e a incerteza econômica, exacerbada por fatores externos como o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos, tem contribuído para o desempenho fraco da indústria. A expectativa é que o setor continue enfrentando desafios nos próximos meses, com a possibilidade de uma desaceleração mais acentuada caso as condições econômicas não melhorem.
