O mercado de trabalho brasileiro alcançou um novo marco positivo em maio. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação caiu para 6,2% no trimestre encerrado encerrado em maio, o menor percentual já registrado para o mês desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012.
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A melhora representa uma queda de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (fevereiro a abril) e de 0,9 ponto na comparação com o mesmo período de 2024, quando o índice estava em 7,1%. Com isso, o Brasil soma 6,8 milhões de pessoas desempregadas, cerca de 955 mil a menos que há um ano.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39,8 milhões, o maior contingente já registrado desde o início da série atual. O dado representa um crescimento de 3,7% em relação a maio de 2024, segundo o IBGE.
Em paralelo, a taxa de informalidade caiu para 37,8%, o equivalente a 39,3 milhões de trabalhadores informais. Essa redução reflete, principalmente, o crescimento de atividades por conta própria com CNPJ, que teve alta anual de 8,4%.
Massa salarial recorde acompanha avanço no emprego
Outro destaque foi a massa de rendimentos reais habituais, que atingiu o patamar inédito de R$ 354,6 bilhões, o maior já calculado para a série da pesquisa. O rendimento médio real ficou em R$ 3.457, valor estatisticamente estável frente ao trimestre anterior, mas com aumento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
A expansão do emprego foi puxada por setores como:
- Indústria (+501 mil postos no ano);
- Comércio (+655 mil vagas);
- Administração pública e serviços sociais (+625 mil postos).
No total, a população ocupada no país cresceu 1,2% no trimestre e chegou a 103,9 milhões de pessoas.
Outro sinal positivo foi a queda no número de desalentados , pessoas que haviam desistido de procurar trabalho. O total recuou para 2,89 milhões, o menor desde 2016. O cenário, segundo o IBGE, indica uma retomada na confiança da população em relação ao mercado de trabalho.
Apesar dos avanços, o IBGE apontou que ainda existem 4,7 milhões de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, grupo que cresceu 9,1% em um ano. Esses trabalhadores desejam e estão disponíveis para trabalhar mais horas, mas enfrentam limitações de oferta ou restrições estruturais.
Analistas alertam que o bom momento pode não se sustentar no segundo semestre. Com a taxa básica de juros (Selic) mantida em 15%, há expectativa de desaceleração econômica e possível impacto na criação de empregos. O Banco Inter, por exemplo, projeta uma alta da taxa de desocupação para 7,6% até dezembro.
País se aproxima do pleno emprego?
A taxa de subutilização da força de trabalho que inclui desocupados, subocupados e desalentados caiu para 14,9%, também a menor desde 2014. O Ipea destaca que, descontados os efeitos sazonais, a taxa de desocupação mensal chegou a 5,8% em maio, o menor valor já registrado para qualquer mês.
Esse nível reacende o debate sobre o possível pleno emprego no Brasil, conceito que considera não apenas o número de desocupados, mas também a qualidade das vagas geradas e a capacidade de absorção de mão de obra pelo mercado.
“Estamos caminhando para o pleno emprego, mas é preciso analisar não só os desocupados, mas também os desalentados e subutilizados”, afirmou William Kratochwill, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A queda da taxa de desemprego para 6,2% em maio reflete um momento de aquecimento do mercado de trabalho, com ganhos em formalização, aumento na renda e menor desalento. No entanto, a sustentabilidade desse cenário dependerá de fatores como o controle fiscal, a evolução da taxa de juros e os estímulos à geração de empregos de qualidade.
Um comentário
E tem gente querendo tirar o homem! Quem será? O 1% mais rico da população e os classes médias que babam ovo para este 1% mais rico! Triste!