O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, procurou minimizar a tensão entre o Executivo e o Legislativo em torno do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), afirmando que a disputa não representa uma “derrota” para nenhum dos poderes.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Haddad comparou o impasse a um clássico carioca, dizendo que “esse Fla-Flu não interessa a ninguém” e que prefere abordar a questão de forma “institucional”, sem polarizações políticas.
Leia mais: Apesar de queda no preço da cesta básica em 11 capitais, São Paulo mantém valor em alta
O ministro defendeu a constitucionalidade do decreto presidencial que elevou as alíquotas do IOF, afirmando que não há “nenhum indício de inconstitucionalidade” na medida. Ele também destacou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu tanto o decreto do governo quanto o decreto legislativo do Congresso que o derrubou, foi uma “iniciativa necessária” para resolver a situação, sem prejudicar a harmonia entre os poderes.
Haddad ressaltou que o governo está comprometido com a responsabilidade fiscal e que o aumento do IOF visava corrigir distorções no sistema tributário, sem afetar negativamente os contribuintes individuais. Ele criticou a oposição por tentar sabotar o crescimento econômico do país e afirmou que é necessário um debate público mais honesto sobre as políticas fiscais.
Em relação à sua relação com o presidente da Câmara, Hugo Motta, Haddad afirmou que não há atritos e que ambos devem se reunir em breve para discutir a agenda econômica. O ministro também mencionou que o governo está trabalhando para avançar na aprovação de projetos importantes, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas com renda de até R$ 5 mil.
Haddad concluiu dizendo que o governo continuará defendendo suas políticas fiscais e buscando o diálogo com o Congresso, mas sem abrir mão de suas prerrogativas institucionais.