O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um relatório completo sobre os seis primeiros meses do mercado regulado de apostas esportivas no Brasil. O setor, regulamentado no início de 2025, está no centro das atenções do governo por dois fatores principais: o impacto entre os jovens brasileiros e a perda bilionária de arrecadação fiscal.
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Em entrevista ao canal da influenciadora Nath Finanças, Haddad alertou para um dado preocupante: 60% dos apostadores no país têm até 39 anos, o que, segundo ele, exige atenção urgente das autoridades, sobretudo nos campos da saúde pública e da educação financeira.
“Estamos falando de uma geração altamente exposta a riscos, sem a proteção adequada. Isso tem implicações para o futuro do país”, afirmou o ministro.
Além disso, Haddad revelou que o Brasil deixa de arrecadar cerca de R$ 40 bilhões por ano com o setor, devido à falta de cobrança de tributos em governos anteriores. Segundo o ministro, a equipe da Fazenda já prepara um balanço técnico que será levado ao presidente Lula, com o objetivo de ajustar e fortalecer a regulamentação do mercado.
Entre as medidas em análise estão o endurecimento na fiscalização, com possibilidade de envolvimento da Polícia Federal para combater fraudes e aumentar o controle sobre as operadoras.
As falas do ministro, no entanto, geraram reação imediata da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL). Em nota, a entidade classificou os comentários de Haddad como “difamatórios” e defendeu que as empresas reguladas já contribuem com repasses para a saúde pública. A ANJL ainda alertou que qualquer tentativa de proibição pode alimentar o mercado ilegal.
Apesar do embate, o governo sinaliza que não pretende recuar. Para Haddad, o objetivo é claro: criar um ambiente transparente, seguro e justo, que garanta a arrecadação devida e proteja os grupos mais vulneráveis.