O Brasil, apesar de ser o terceiro maior produtor de carne de frango do mundo – ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos -, se consolida como o maior exportador, fazendo o comércio com mais de 150 países.
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Na semana passada, o recente foco de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul na cidade de Montenegro, a cerca de 70 quilômetros da capital Porto Alegre, acendeu o alerta dos órgãos de fiscalização em saúde animal.
Até agora México, Coreia do Sul, Chile, Canadá, Malásia, Uruguai e Argentina estão entre os países que suspenderam temporariamente as importações de carne de frango brasileira. Já China, União Europeia, África do Sul e outros optaram por uma interrupção total das compras com base em exigências sanitárias previstas em acordos internacionais. Alguns países, como Reino Unido, Cuba e Bahrein, aplicaram restrições apenas ao estado do Rio Grande do Sul.
A notificação foi realizada em 11 de maio, após os funcionários da granja perceberem a morte incomum de aves, onde das 17 mil presentes no galpão, 15.650 foram encontradas mortas. No dia seguinte, técnicos do governo estadual isolaram o local e iniciaram as medidas emergenciais de contenção. A confirmação oficial da doença veio em um relatório preliminar divulgado na última quinta-feira (15). O restante dos animais teve que ser sacrificado, como forma de contenção da doença, além de o órgão fiscalizador interditar um perímetro de 10 quilômetros ao redor da propriedade para evitar a propagação do vírus.
Apesar do impacto sanitário, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, tranquilizou o setor produtivo e os consumidores ao afirmar que não há expectativa de grandes oscilações nos preços da carne de frango.
Em coletiva de imprensa realizada ontem (19), em Brasília, Fávaro destacou que a suspensão de exportações por parte de alguns países não deve causar instabilidade no mercado interno:
“Podemos até ver pequenas flutuações no curto prazo, por causa de excesso momentâneo de oferta. Mas há rotas alternativas e a possibilidade de retomar o comércio com países que flexibilizarem seus protocolos sanitários. Acredito na manutenção da estabilidade“, declarou o ministro.
Agora o trabalho do governo é convencer os países importadores de que o foco está contido e as ações sanitárias estão sendo rigorosamente cumpridas. A expectativa é de que, em até 40 dias após a desinfecção do local, o Brasil recupere o status de país livre de gripe aviária junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).