Galípolo defende Selic elevada e ampliação do acesso a crédito de menor custo em audiência na Câmara

Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, abordou temas centrais da economia brasileira, incluindo a taxa Selic, a inflação e o acesso ao crédito. Ele reiterou a necessidade de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, destacando que a inflação permanece disseminada em mais de 70% dos itens que compõem o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

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Ele enfatizou que a política monetária deve ser restritiva até que a inflação se aproxime da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Galípolo também alertou para a necessidade de reformas estruturais para garantir um ambiente de juros mais baixos no futuro, destacando que a política monetária sozinha não é suficiente para resolver os desafios econômicos do país.

Além disso, defendeu a ampliação do acesso da população a crédito de menor custo. Ele observou que muitas famílias utilizam o crédito rotativo, caracterizado por altas taxas de juros, de forma recorrente, o que pode levar a endividamentos elevados.

O presidente do BC sugeriu que a redução de distorções no sistema financeiro, como subsídios cruzados e isenções fiscais, poderia contribuir para a diminuição do custo do crédito no país. Ele também mencionou que o crescimento de instituições financeiras não bancárias e fintechs exige uma atualização do arcabouço regulatório para garantir a estabilidade e a eficiência do sistema financeiro.

Galípolo ressaltou que a busca pela estabilidade monetária é fundamental para a credibilidade da moeda e o poder de compra da população. Ele afirmou que o Banco Central continuará perseguindo a meta de inflação de 3%, utilizando os instrumentos necessários para alcançar esse objetivo. O presidente do Banco também mencionou que qualquer flexibilização da meta de inflação seria prejudicial à confiança na moeda e à estabilidade econômica do país.

A audiência teve como objetivo esclarecer a atuação do Banco Central e discutir medidas que possam contribuir para o crescimento econômico sustentável, com inflação controlada e juros em patamares mais baixos. Galípolo enfatizou que a colaboração entre os diferentes setores da sociedade e a implementação de reformas estruturais são essenciais para enfrentar os desafios econômicos atuais.

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