Entenda o motivo da conta de luz ficar mais cara para a classe média

A conta de luz dos consumidores da classe média brasileira deve sofrer aumento significativo nos próximos meses, segundo informações divulgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Esse reajuste preocupa uma parcela expressiva da população, já que a classe média representa cerca de 40% dos consumidores residenciais no país.

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Por que a conta de luz vai aumentar?

O principal motivo para o reajuste está no custo da geração e distribuição de energia elétrica, que tem registrado elevações devido a diversos fatores:

Uso crescente de termelétricas: Em 2024 e início de 2025, a produção hidrelétrica (responsável por aproximadamente 60% da matriz energética brasileira) enfrentou dificuldades por causa da seca prolongada em várias regiões. Isso obrigou as concessionárias a aumentarem a participação das usinas termelétricas, que possuem custo de operação até 3 vezes maior que as hidrelétricas. Esse custo adicional é repassado ao consumidor.

Encargos setoriais e subsídios: Em relatório divulgado pela ANEEL em março de 2025, o órgão alertou para a pressão crescente de encargos, que incluem tarifas para subsídios sociais, programas de incentivo a energias renováveis e investimentos na modernização da rede elétrica. Esses encargos adicionam cerca de 20% ao valor final da conta de luz.

Inflação e dólar alto: Como muitos equipamentos e insumos do setor elétrico são importados, a valorização do dólar em 2024 e a inflação crescente também pressionam o custo final da energia.

Segundo a ANEEL, a média dos reajustes nas tarifas de energia previstos para 2025 deve ficar entre 8% e 12%, com variações regionais. Para consumidores residenciais da classe média, que geralmente consomem entre 200 kWh e 500 kWh por mês, isso pode representar um aumento mensal na conta que varia de R$ 20 a R$ 60, dependendo da região e do perfil de consumo.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) também alertou em abril de 2025 que o reajuste deve impactar mais fortemente as famílias da classe média, pois essas não contam com os benefícios da tarifa social de energia elétrica, destinada a consumidores de baixa renda.

Para minimizar o impacto do aumento, recomenda-se:

  • Adotar medidas de eficiência energética, como substituição de lâmpadas incandescentes por LED, uso de eletrodomésticos com selo Procel e desligar aparelhos da tomada quando não estiverem em uso.
  • Reduzir o consumo em horários de pico, optando por utilizar equipamentos em horários de menor demanda, se a tarifa da distribuidora oferecer essa opção (tarifa branca).
  • Investir em tecnologias de energia solar residencial, que têm se popularizado e oferecem retorno financeiro a médio prazo.

Em resposta à pressão sobre as tarifas, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou em fevereiro de 2025 um programa para incentivar a expansão da geração eólica e solar, com metas para dobrar a capacidade instalada até 2030. Além disso, há propostas em andamento para revisar encargos setoriais e reduzir subsídios cruzados, visando uma distribuição mais equilibrada dos custos.

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