Dólar reverte tendência com leve alta para R$ 5,57 após três quedas consecutivas

O dólar comercial interrompeu sua sequência de três quedas consecutivas nesta terça-feira (10), fechando a R$ 5,57 com alta de 0,15% ante o real. O movimento reverteu o recuo de 0,14% registrado na segunda-feira (09), quando a moeda atingiu R$ 5,563, o menor patamar em 18 dias.

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A sessão desta terça apresentou dinâmica distinta da véspera: enquanto ontem o petróleo Brent subia 0,57% (US$ 67,04/barril), hoje a commodity recuou 0,73%, pressionando o fluxo de divisas. A volatilidade também diminuiu 27%, indicando menor convicção dos investidores.

A reforma tributária completou 43 dias de paralisia na Câmara, mantendo o risco-país (EMBI+) em 228 pontos, quase o dobro do índice mexicano. Essa estagnação contrasta com o avanço nas discussões sobre o veto ao IOF, que segue sem definição.

Três pressões que mantêm o mercado em alerta

A votação do IOF marcada para quarta-feira (12) preocupa agentes econômicos, pois a aprovação do aumento pode encarecer tanto o crédito para empresas quanto os custos de importação.

Os dados do IPCA-15 divulgados hoje (11) revelaram inflação preliminar acima do esperado, reacendendo temores de nova alta da taxa Selic caso a tendência se confirme.

As reservas internacionais permanecem estagnadas em US$ 355,1 bilhões há quatro meses, limitando significativamente a margem de manobra do Banco Central para intervir no mercado cambial durante eventuais turbulências.

Os R$ 0,007 que separam o dólar de hoje (R$ 5,57) do de ontem (R$ 5,563) revelam mais que uma oscilação técnica: simbolizam a fronteira entre indicadores econômicos e impacto social. Enquanto o mercado reage a mínimas variações cambiais, milhões de brasileiros enfrentam desafios concretos:

  • Pequenos empresários travam batalhas diárias por crédito acessível;
  • Trabalhadores veem salários corroídos pela inflação de alimentos;
  • Consumidores sofrem com juros que encarecem parcelamentos.

A verdadeira estabilidade cambial só virá quando decisões estruturais destravarem a reforma tributária e restaurarem a confiança fiscal. Até lá, seguiremos navegando em águas turbulentas, onde cada centavo no câmbio pesa toneladas no bolso do cidadão.

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