Os números da economia contam histórias divergentes. O IPCA de maio trouxe alívio com 0,26% (abaixo do esperado), afastando temporariamente o fantasma de nova alta da Selic. Mas esta quinta-feira (12/06) trará provas cruciais: o IPCA-15 pode reacender os temores de juros se superar 0,4%, e a votação do IOF no Congresso ameaça encarecer crédito e importações num momento já delicado para empresas e famílias.
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Enquanto o PL 2.345/2025 tarda por disputas sobre taxação digital, o risco-país permanece em 228 pontos. Pequenos empresários travam batalhas diárias por financiamento, com R$ 18 bilhões em linhas de crédito ameaçadas pela indefinição do IOF.
O cenário global não ajuda: embora negociações entre EUA e China avancem em Londres, o dólar internacional se fortalece e o Federal Reserve mantém a espada dos juros elevados sobre economias emergentes. Dados robustos de emprego norte-americanos podem virar o jogo a qualquer momento, lembrando que a estabilidade cambial depende menos de ventos externos e mais de decisões internas.
A matemática do atraso é “implacável”. Cada dia perdido na reforma tributária significa:
A cotação de R$ 5,545 representa um alívio técnico para os mercados, embora seus efeitos concretos na economia real dependam de fatores estruturais. Dados do IBGE indicam que desafios como inflação alimentar (9,3% em 12 meses) e acesso a crédito persistem para consumidores e pequenas empresas. A efetividade desta desvalorização cambial será medida por indicadores como custo de vida, disponibilidade de financiamento e geração de empregos nos próximos meses.
O cenário futuro permanece condicionado a decisões econômicas e legislativas. Os resultados do IPCA-15 e a votação do IOF nesta quinta-feira (12/06) poderão definir se a trajetória atual se consolida ou sofre reversão.