Você acompanhou o pregão desta quinta‑feira? O dólar comercial encerrou o dia em R$ 5,5233, uma leve queda de 0,07% em relação à véspera. Essa oscilação modesta mostra como o mercado está atento a tudo o que acontece lá fora e também por aqui antes de decidir seus próximos passos.
Por que o dólar recuou hoje?
A primeira peça desse quebra‑cabeça é a diferença entre as taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos. Enquanto a Selic permanece em 15% ao ano, atraindo investidores para os nossos títulos, o Federal Reserve sinaliza que os cortes de juros por lá podem demorar mantendo o dólar forte como ativo de segurança. Isso acaba beneficiando o real.
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Além disso, rumores sobre possíveis tarifas comerciais dos EUA contra o Brasil geraram cautela entre quem gerencia grandes carteiras. Nenhum anúncio foi feito, mas a simples menção a barreiras extras leva parte do dinheiro a “buscar abrigo” no dólar, pressionando o câmbio momentaneamente.
E a bolsa, como ficou? O Ibovespa encerrou o dia em 133 807,59 pontos, recuando 1,15%. A valorização do real diante do dólar deixa mais caras as exportações, e setores como mineração e agronegócio sentiram esse aperto: mineradoras caíram até 2,5%, enquanto frigoríficos recuaram cerca de 1,8%.
Em contrapartida, papéis de empresas focadas no mercado interno do varejo, telecomunicações e serviços básicos tiveram um dia de leve valorização. Eles atraem investidores que preferem um “porto seguro” longe da volatilidade cambial.
Já, o volume financeiro negociado na B3 ficou em torno de R$ 18,4 bilhões, mostrando um pregão movimentado mesmo com queda no índice. Enquanto isso, os títulos públicos continuaram firmes: a alta Selic segue fazendo desses papéis uma alternativa confiável para quem busca rendimento sem tanto risco.
O que esperar a seguir?
Fique de olho em dois pontos principais nos próximos dias: a ata do Copom e as próximas falas do Federal Reserve. Se o Banco Central brasileiro der pistas de cortar a Selic, o real pode perder força e o dólar voltar a subir com vigor. Já qualquer sinal de inflação persistente nos EUA ou discurso mais duro do Fed reforça o dólar globalmente, impactando o real.
Dicas práticas para você
- Se você importar produtos: revise prazos e renegocie custos. Um dólar “barato” hoje pode subir amanhã.
- Se a sua empresa tem dívidas em dólar: considere estratégias de hedge para proteger o caixa.
- Se investe em renda fixa: aproveite o atual patamar da Selic, mas acompanhe sempre o cenário cambial.
Percebeu como tudo se conecta? A taxa básica de juros, as decisões lá fora e até boatos de guerra comercial podem alterar o valor do real contra o dólar e esse movimento chega direto ao seu bolso, seja em eletrônicos importados, passagens internacionais ou produtos de supermercados.
Por isso, manter uma carteira diversificada e ter um plano de proteção cambial pode fazer a diferença. O cenário atual não é de pânico, mas de atenção redobrada, o dólar a R$ 5,52 indica que ainda há espaço para oscilações, então vale a pena se preparar antecipando compras e renegociando contratos.