O dólar comercial encerrou o pregão desta quinta-feira (15) cotado a R$5,68, uma alta de 0,83% em relação ao fechamento anterior, segundo dados do Banco Central do Brasil. Esse movimento reflete a combinação de incertezas sobre o ajuste fiscal doméstico e as recentes pistas de que o Federal Reserve manterá juros elevados.
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Logo pela manhã, o Ministério da Fazenda divulgou uma nota reforçando o compromisso com o equilíbrio das contas públicas, mas sem detalhar novas medidas, o que gerou cautela no mercado cambial. Nesse cenário, investidores optaram por manter parte da carteira em dólar, pressionando a cotação para cima.
A divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou que o Banco Central monitora de perto os riscos fiscais antes de decidir sobre a Selic. Com isso, o real ficou mais vulnerável, já que os agentes passaram a projetar uma Selic estável por mais tempo, minimizando o diferencial de juros que costumava atrair fluxo para o Brasil.
Além do foco doméstico, dados frescos dos Estados Unidos mostraram alta de 0,3% no índice de preços ao consumidor (CPI) em abril, acima do esperado. Com essas informações, aumentou a convicção de que os cortes de juros serão adiados pelo Fed, fortalecendo o dólar globalmente e impactando ainda mais o câmbio no Brasil.
Ao fim do dia, o setor financeiro apurou que declarações de membros da equipe econômica brasileira, sem cronograma claro de ajuste, pesaram de forma semelhante aos indicadores externos. Dessa forma, permanece no radar dos investidores a necessidade de medidas fiscais concretas para segurar a escalada do dólar e reduzir a volatilidade cambial.