Cultivo de arroz e feijão interrompe ciclo de 16 anos de retração e ganha novo fôlego

Entre 2006 e 2022, o espaço dedicado ao arroz encolheu cerca de 44%, e o do feijão teve retração de 32%, enquanto soja e milho avançaram, respectivamente, 86% e 66% nas mesmas áreas. Movidos pela maior rentabilidade das commodities voltadas à exportação, muitos produtores migraram suas lavouras, reduzindo a oferta de dois itens centrais na mesa do consumidor brasileiro.

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O Plano Safra, lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), destinou linhas de crédito diferenciadas para arroz e feijão, condicionadas ao cumprimento de práticas sustentáveis e à adoção de tecnologia para otimizar rendimentos. Ao mesmo tempo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) redefiniu seus estoques reguladores, ampliando compras e parcerias com cooperativas locais, o que elevou a confiança do produtor para retomar ou expandir essas áreas.

Projeções oficiais para 2025

Segundo o 3º levantamento do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra 2025 deverá registrar crescimento de 7,1% na área de arroz e 0,3% na de feijão, em relação ao ciclo anterior. Já a Conab, em seu relatório de perspectivas, prevê alta de 5,8% na área semeada de arroz e de 6,3% no feijão de primeira safra, impulsionada pela melhoria nos preços domésticos e pela continuidade dos incentivos federais

As reações oficiais, foram:

A retomada das áreas de arroz e feijão reforça nosso compromisso com a segurança alimentar e com a valorização do pequeno produtor.”
— Ministro da Agricultura, ao comentar os dados em entrevista coletiva.

Em nota, a Conab afirmou que seguirá monitorando as safras por meio de seu Centro de Estudos Avançados, garantindo ajustes rápidos em políticas de estoque e em modalidades de aquisição para manter preços estáveis à população.

A interrupção da longa queda nas áreas de arroz e feijão reflete o êxito das medidas de apoio ao pequeno produtor e o compromisso do governo com a segurança alimentar. Para que essa tendência se consolide e gere benefícios reais à cadeia produtiva e ao consumidor, será fundamental avançar em uma agenda de acompanhamento rigoroso, ajustes nas linhas de financiamento e fortalecimento das organizações locais.

Próximos passos

  • Monitoramento contínuo: MAPA e Conab manterão levantamentos mensais das áreas plantadas, com divulgação de boletins a cada ciclo de plantio.
  • Ajustes no Plano Safra: até o fim de junho, o governo revisará linhas de crédito e parâmetros de sustentabilidade, assegurando que recursos cheguem a regiões com maior potencial de expansão.
  • Fortalecimento cooperativo: será implementado um programa de capacitação técnica — em parceria com órgãos estaduais de extensão rural — para apoiar associações de pequenos agricultores na gestão de riscos climáticos e de mercado.

Com esse conjunto de ações, o Brasil dá um passo decisivo para equilibrar a produção de grãos estratégicos e garantir o abastecimento e a renda no campo.

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