Contas de luz seguem com cobrança extra em julho: Aneel mantém bandeira vermelha

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou nesta semana que a bandeira tarifária vermelha patamar 1 continuará em vigor durante o mês de julho, mantendo a cobrança extra de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A decisão reflete o agravamento das condições hidrológicas no país, com impactos diretos sobre o custo da geração de energia.

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Com o volume de chuvas persistindo abaixo da média em várias regiões, os reservatórios das hidrelétricas seguem em níveis reduzidos. Isso obriga o sistema a acionar usinas termelétricas, que possuem custo operacional mais elevado e contribuem para o encarecimento da conta de luz dos consumidores residenciais e comerciais.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as projeções climáticas para julho indicam precipitações inferiores à média em grande parte do território nacional. O cenário é especialmente preocupante no Sul do país, onde a previsão aponta para uma redução ainda mais acentuada no volume de chuvas a partir da segunda quinzena do mês.

Esse panorama marca o encerramento do período de bandeira verde, que vigorou entre dezembro de 2024 e maio de 2025, quando as condições de geração hidrelétrica estavam mais favoráveis. A partir de junho, o agravamento da estiagem alterou o quadro, exigindo medidas corretivas no sistema tarifário.

Como funciona o sistema de bandeiras?

Implementado para tornar mais transparente a variação nos custos de geração de energia, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como um sinal de alerta para o consumidor. Quando os custos aumentam como ocorre com o acionamento de termelétricas, o valor adicional é repassado na conta de luz por meio da bandeira amarela ou vermelha.

Atualmente, a bandeira em vigor é a vermelha patamar 1, que aplica um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Se as condições se agravarem, há risco de migração para o patamar 2, que prevê cobrança de até R$ 8,00 para o mesmo consumo cenário que, por ora, foi evitado graças a precipitações pontuais registradas em junho no Sul.

Diante da manutenção da bandeira vermelha, a Aneel reforçou orientações para o uso racional da energia elétrica, como forma de mitigar os impactos na fatura e colaborar com o equilíbrio do sistema:

  • Evitar o uso de equipamentos como chuveiros elétricos e ar-condicionado nos horários de pico;
  • Desligar aparelhos em stand-by quando não estiverem em uso;
  • Aproveitar a iluminação natural durante o dia sempre que possível.

“O uso consciente da energia é essencial não apenas para reduzir custos, mas também para preservar os recursos naturais e garantir a sustentabilidade do setor”, destacou a Aneel em nota oficial.

E o que esperar para os próximos meses?

Segundo especialistas, a manutenção da bandeira vermelha em julho pode se estender para agosto, caso os reservatórios não se recuperem. O monitoramento climático segue sendo um fator decisivo, já que o período seco tradicionalmente se prolonga até setembro em diversas regiões.

Embora o pior cenário, o avanço para o patamar 2, tenha sido evitado até agora, ainda há incertezas no horizonte, sobretudo se o clima seguir desfavorável e a demanda energética aumentar com as baixas temperaturas do inverno.

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