A imposição da tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros já está gerando impactos concretos no setor produtivo nacional. No estado do Piauí, por exemplo, a Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) teve que cancelar o envio de 152 toneladas de mel orgânico para os EUA em apenas 15 dias após o anúncio da tarifa.
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Esse volume de mel estava armazenado em oito contêineres prontos para embarque, mas as exportações foram interrompidas devido ao aumento significativo nos custos, tornando os produtos inviáveis para o mercado americano. O presidente da Casa Apis, Sitônio Dantas, estimou que o prejuízo imediato causado pela suspensão das exportações é de aproximadamente R$ 2,5 milhões.
Esse valor inclui custos com transporte, armazenamento e perdas de contratos com compradores americanos. Além disso, a cooperativa enfrenta a perspectiva de uma queda na demanda internacional por mel brasileiro, o que pode afetar negativamente a renda de cerca de 500 mil produtores de mel no país, conforme estimativas da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
O setor apícola brasileiro é um dos mais afetados pelas tarifas impostas pelos EUA, já que o país é o principal destino das exportações de mel do Brasil, representando cerca de 78% do volume exportado. A situação é ainda mais crítica para os pequenos produtores e cooperativas, que enfrentam dificuldades para acessar mercados alternativos e dependem fortemente das exportações para garantir a sustentabilidade de seus negócios.
Diante desse cenário, o governo brasileiro está considerando a implementação de medidas de apoio ao setor apícola, incluindo a facilitação de crédito e a busca por novos mercados para o mel brasileiro. Além disso, o governo está avaliando a aplicação de medidas de defesa comercial para proteger a competitividade do setor e minimizar os impactos das tarifas americanas. A situação continua em monitoramento, e novas ações podem ser anunciadas nos próximos dias para mitigar os efeitos negativos dessa crise comercial.
