Em meio à pulsação vibrante de São Paulo, a Virada Cultural se reinventa a cada edição, transformando ruas, praças e avenidas em palcos ao ar livre. De 2022 a 2024, o festival cultural paulistano não apenas retomou seu espaço após dois anos de pausa por conta da pandemia, como também redefiniu sua identidade — com atrações descentralizadas, novos palcos e alcance ampliado para bairros como Itaquera, M’Boi Mirim e Freguesia do Ó.

Com públicos que variaram de 3,1 a 4,5 milhões de pessoas, a Virada Cultural demonstrou sua capacidade de adaptação, resistência e relevância, mesmo diante de desafios logísticos e críticas sobre investimentos e organização. Este período marcou uma fase de transição, em que a cultura urbana busca equilíbrio entre tradição e inovação, entre a centralidade histórica e o protagonismo das periferias — reflexo direto da diversidade que pulsa na alma de São Paulo.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, o principal objetivo do festival é “promover a convivência em espaço público, convidando a população a se apropriar do centro da cidade por meio da arte, da música, da dança e das manifestações populares”. E isso se reflete nas atrações que passaram pelos palcos nos últimos anos: nomes como Gloria Groove, Planet Hemp, Margareth Menezes, Baco Exu do Blues, Joelma e Raça Negra levaram multidões às ruas em shows gratuitos que representam a pluralidade musical do país.
A retomada pós-pandemia da Virada Cultural
A partir de 2022, a descentralização tornou-se uma marca registrada. Em entrevista à Agência Brasil, a então secretária de Cultura, Aline Torres, destacou: “Esse é o momento do Centro entender a grandeza, a força e a produção cultural da periferia. Mudamos da varanda do Copan para a varanda de São Miguel Paulista, Itaquera, Freguesia do Ó e M’Boi Mirim.”
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Mais diluída e com menos força
Embora o governo defenda que a descentralização da Virada Cultural teve como objetivo “fortalecer a periferia e os equipamentos públicos da Cidade de São Paulo, para evidenciar que o evento, para a sociedade, é a concretização de uma política pública na veia”, como declarou a secretária, a medida — à primeira vista positiva — levanta questionamentos.
Ainda assim, a mudança gerou debates. Apesar da proposta de fortalecimento cultural das periferias e dos equipamentos públicos, a edição de 2024 apresentou uma redução no número de palcos — de 28 em 2023 para 22 — e em sua tradicional programação contínua de 24 horas. A medida levantou questionamentos sobre possíveis cortes orçamentários, embora o investimento neste ano tenha sido um dos maiores da década. Mesmo assim, o retorno econômico ficou abaixo do registrado em 2019.
Ainda com esses desafios, a Virada Cultural de São Paulo segue como um dos maiores eventos culturais gratuitos do Brasil. A edição de 2024 reuniu mais de 4,5 milhões de pessoas e movimentou R$ 100 milhões na economia local. Em 2025, o festival celebra sua 20ª edição com a promessa de manter o compromisso com a inclusão, a diversidade e a ocupação criativa do espaço urbano — do centro às bordas da cidade.
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Expectativas para a Virada Cultural 2025
Em 2025, o festival chega à sua 20ª edição com a promessa de continuar a espalhar arte por toda São Paulo — do centro aos equipamentos culturais descentralizados — mantendo o compromisso com inclusão, diversidade e ocupação criativa do espaço público.
