Prefeito do Rio rebate BBC sobre show de Lady Gaga e embaixadora britânica sugere artista do Reino Unido em Copacabana

A disputa de números sobre o público do megashow de Lady Gaga em Copacabana, no início de maio, ganhou contornos diplomáticos. Após a BBC contestar a estimativa de 2,1 milhões de pessoas divulgada pela organização, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, reagiu com humor ácido — e a embaixadora britânica no Brasil, Stephanie Al Qaq, também entrou na conversa:

Aliás, bem que o ‘Todo Mundo no Rio’ que vem poderia ter um artista britânico no palco.”

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Gagacabana em xeque

Em 3 de maio deste ano, Copacabana foi palco de um dos eventos mais emblemáticos da história recente da cidade: o megashow gratuito de Lady Gaga. A Prefeitura afirmou que 2,1 milhões de pessoas estavam presentes — número que, segundo a própria artista, chegaria a 2,5 milhões.

Foi apenas em julho que esse dado começou a ser questionado. A BBC Verify, após análise de imagens aéreas e cálculo de densidade populacional, estimou um público de aproximadamente 660 mil pessoas — número três vezes menor do que o divulgado oficialmente. A discrepância ganhou projeção internacional e reacendeu a velha disputa entre espetáculo e precisão técnica.

Diplomacia sonora: a embaixadora entra no papo

Em resposta à reportagem, Eduardo Paes usou as redes sociais para ironizar:

“No mesmo espaço que cabem 660 mil britânicos, cabem 2,2 milhões de brasileiros animados e felizes!”

No dia seguinte, a embaixadora Stephanie Al Qaq respondeu com leveza:

Mas uma coisa ninguém pode negar: o Rio é uma das principais cidades do mundo quando o assunto é reunir multidões apaixonadas pela música.”

(Fonte: UOL, 16/07/2025)

A fala, ainda que diplomática, posiciona o Rio como centro de cultura global e sugere futuras colaborações com o Reino Unido.

O cálculo técnico

Na reportagem da BBC, especialistas como Richard Irvine-Brown e Keith Still analisaram imagens aéreas e concluíram que a faixa ocupada pelo público era de cerca de 140.000 m². Com base em uma densidade segura de 4,7 pessoas por metro quadrado, estimou-se um total de 660 mil pessoas. A Prefeitura e a produtora Bonus Track, porém, mantêm os números originais e não divulgaram a metodologia usada.

O evento repetiu a fórmula do megashow de Madonna, em 2024, também parte do projeto “Todo Mundo no Rio”, com estrutura de telões, áreas VIP e grande apelo turístico.

Históricos de multidão

Não é a primeira vez que Copacabana entra no livro dos recordes. Em 1994, o show gratuito de Rod Stewart atraiu cerca de 3,5 milhões de pessoas, segundo o Guinness World Records — embora parte do público tenha comparecido apenas para assistir à queima de fogos.

Outros grandes eventos nas areias incluem os shows de Jorge Ben Jor e Tim Maia, em 1993, com estimativas de 3 milhões de pessoas, e dos Rolling Stones, em 2006, que teriam reunido cerca de 1,5 milhão.

No fim das contas…

No duelo entre cientistas da multidão e o espírito do povo carioca, Copacabana confirma seu papel como palco pulsante de emoções. A divergência entre o “número plausível” e o “número sentido” revela que, às vezes, um evento não se mede só em metros quadrados — mas no impacto simbólico que ele carrega na alma da cidade.

Seja qual for a contagem oficial, o verdadeiro protagonista não é só Lady Gaga nem seu público, mas o Rio de Janeiro — que brilha entre arte, diplomacia cultural e ciência urbana.

E quem sabe na próxima edição, algum britânico suba ao palco? A embaixadora já deixou a dica.

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