Cercada de polêmicas, saiu nesta segunda (15) a indicação brasileira para concorrer ao Oscar de Melhor Filme Internacional, em 2026. Após a conquista da primeira estatueta tupiniquim na premiação estadunidense, em 2025, com “Ainda Estou Aqui”, era de se esperar que a disputa pela indicação da Academia Brasileira de Cinema fosse uma das mais concorridas em anos. E foi.
Se nas bolsas de aposta, tínhamos um claro “frontrunner”, nos bastidores, foram muitos os rumores de boicote ao filme “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, um dos grandes vencedores do Festival de Cannes, em maio. Kleber e Wagner Moura, protagonista do thriller político, trouxeram para o Brasil os prêmios de melhor diretor e melhor ator no festival francês e pareciam a escolha óbvia para representar o país na premiação americana.
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A boa bilheteria de “O Último Azul”, com Rodrigo Santoro e Denise Weinberg, vencedor do Urso de Prata, no Festival de Berlim, em sua semana de estreia, deu força para o filme dirigido por Gabriel Mascaro entrar na briga pela indicação.
Outra película que fez forte campanha nos últimos dias pela indicação foi o longa “Manas”, de Marianna Brennand, com a entrada do ator americano Sean Penn como produtor executivo para aumentar a visibilidade do filme que tem Dira Paes no elenco. O filme, que retrata a realidade de abusos sexuais contra meninas na Ilha de Marajó, no Pará, teve exibição em Los Angeles, na semana passada, com a presença de Penn, Júlia Roberts e votantes da Academia.
A disputa ganhou as redes sociais com direito a hashtag pela indicação de “O Agente Secreto”, pressionando até mesmo a vencedora do Globo de Ouro Fernanda Torres a se posicionar a favor do filme.
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A atriz que havia servido como júri no Festival de Veneza se disse muito feliz com a safra de filmes nacionais desta temporada. Segundo ela, o cinema brasileiro às vezes morre, mas sempre renasce e dessa vez ele renasceu como fênix.
No domingo (14), às vésperas de seu aniversário, comemorado também nessa segunda, Torres esclareceu, pelo Instagram, que ela não havia defendido a indicação de “Manas”, mas acredita que filme de Kleber Mendonça deva ser indicado e que ele ajudaria a puxar a divulgação das demais películas nacionais pelo mundo. Em suas palavras, Mendonça é um gênio que colocou o Recife no mapa do cinema mundial.
Ao fim e ao cabo, “O Agente Secreto” garantiu a indicação feita pela comissão da Academia Brasileira de Cinema, presidida pela produtora de cinema Sara Silveira. Além da categoria de Melhor Filme Internacional, a revista americana Variety também aposta nas indicações de Wagner Moura a melhor ator e Kleber Mendonça Filho a melhor direção e roteiro original, além de Melhor Filme. Por fim, o nome da potiguar Tânia Maria, que também esteve em “Bacurau” (2019_, surge como azarão na categoria Melhor Atriz Coadjuvante.
A trama, situada no Recife de 1977, apresenta um thriller político protagonizado por Marcelo (Wagner Moura), um perito em tecnologia que tenta deixar para trás um passado enigmático. De volta à capital pernambucana em busca de tranquilidade, ele logo descobre que a cidade está muito distante de oferecer o sossego que almeja.
Segundo a Vitrine Filmes, distribuidora nacional do título, “O Agente Secreto” tem previsão de estreia para o dia 06 de novembro nas salas de cinema de todo o país. Nos Estados Unidos, a distribuição ficou a cargo da Neon Filmes, a mesma que distribuiu o filme “Anora” vencedor da principal categoria do Oscar em 2025.
