Morreu neste sábado (13) Abraham Quintanilla, pai e empresário da cantora Selena Quintanilla, um dos maiores ícones da música latina. A notícia marca o fim de uma figura central e controversa na construção da carreira e do legado da artista, assassinada em 1995, aos 23 anos. Abraham foi mais do que pai: foi produtor, empresário e estrategista da trajetória de Selena.
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Ainda na infância da cantora, ele liderou a formação da banda Selena y Los Dinos, apostando em um mercado que, à época, marginalizava artistas latinos, especialmente mulheres. Sua visão empresarial foi decisiva para que Selena rompesse barreiras, conquistando o público da música tejana e projetando-se internacionalmente. No entanto, sua atuação sempre esteve cercada por debates.
Admirado por sua disciplina e capacidade de gestão, Abraham também foi criticado pelo controle rígido sobre a carreira da filha e, posteriormente, sobre a administração de sua imagem e obra após sua morte. O luto coletivo pela perda de Selena deu lugar, ao longo dos anos, a disputas públicas e familiares sobre direitos autorais, narrativas oficiais e exploração comercial do legado da cantora.
A morte de Abraham Quintanilla reabre uma questão sensível: quem controla a memória de um ícone cultural? Selena se tornou símbolo de identidade, pertencimento e resistência para comunidades latinas ao redor do mundo. Sua imagem ultrapassou a figura da artista para se transformar em patrimônio afetivo coletivo algo que frequentemente entra em conflito com interesses empresariais.
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Mesmo após quase três décadas de sua morte, Selena segue viva na cultura pop, na música, no cinema e na moda. Seu impacto atravessa gerações, revelando não apenas seu talento, mas também as lacunas deixadas por uma indústria que, historicamente, explora corpos e narrativas latinas.
Com a morte de Abraham Quintanilla, encerra-se um capítulo importante mas não definitivo dessa história. O legado de Selena continuará sendo disputado, reinterpretado e ressignificado pelo público que a mantém viva.









