A fotografia pode congelar momentos, mas também revelar o que falta. É essa potência que conduz a exposição “Ausênc’as Brasil”, aberta no Arquivo Histórico Municipal de São Paulo. Criada pelo argentino Gustavo Germano, a mostra recria fotos antigas de família interrompidas pela ditadura militar (1964–1985), revelando em cada reencontro a presença dolorosa do vazio.
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Na nova composição das imagens, os lugares permanecem, os rostos sobreviventes também mas o espaço deixado por aqueles que foram mortos ou desapareceram pela repressão se impõe como protagonista. A ausência, visível e incontornável, transforma a memória em denúncia.
Na abertura, realizada em 18 de setembro, o público participou de visita educativa e de uma mesa de conversa com Maurice Politi (Núcleo Memória), Katia Felipini, Bernardo Kucinski, irmão da desaparecida Ana Rosa Kucinski, o deputado Antonio Donato e Paulo Yuzo, do Arquivo Histórico.
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Cada fala reforçou a importância de resistir ao esquecimento e de transformar memória em ação.Criado originalmente na Argentina, o projeto percorreu diferentes países e chega ao Brasil como gesto político e pedagógico.
Mais do que fotografias, “Ausênc’as” é um memorial visual que denuncia a violência do Estado e convoca novas gerações a refletirem sobre democracia, direitos humanos e justiça.
Até 8 de outubro de 2025, o público poderá visitar a mostra gratuitamente e participar das atividades paralelas, que incluem rodas de conversa com ex-presos políticos e formações educativas.

- Endereço: Praça Coronel Fernando Prestes, 152 Bom Retiro, São Paulo
- Data: 18 de setembro a 8 de outubro de 2025
- Horários: Segunda a sexta, 9h às 17h | Sábados, 10h às 16h
- Entrada gratuita