Há pouco tempo ganhamos o nosso primeiro Oscar, com Ainda estou aqui, mas já parou para se perguntar quantos Laureados com o Nobel de Literatura o Brasil possui?
Fazendo uma pesquisa pela Wikipédia me deparei com um fato curioso: no país mais populoso do mundo, nos mais de cem anos da criação do Prêmio Nobel de Literatura concedido anualmente pela Academia Sueca, houve somente um vencedor Chinês (Mo Yan, 2012), e somente um laureado indiano (Rabindranath Tagore, 1913), no segundo país mais populoso do mundo.
Nesta mesma pesquisa, realizada em julho de 2023, a população chinesa era de cerca de um bilhão e quatrocentos milhões de pessoas, semelhante à da Índia, o que representa cerca de dezoito por cento da população mundial em cada um dos países, ou seja, os países que detém trinta e seis por cento da população mundial possuem apenas dois escritores Nobéis, o que daria menos de um por cento dos laureados.
Se pularmos para a América do Sul, teremos dois chilenos (Mistral, 1945, e Neruda, 1971), um colombiano (García Márquez, 1982), um peruano (Vargas Llosa, 2010) e nenhum brasileiro. Neste ponto, os países sul-americanos ganham quando o quesito é títulos mundiais em copas do mundo de futebol, mas no quesito Prêmio Nobel de Literatura, perdemos até mesmo para a África, o continente mais pobre do mundo, que detém cinco títulos, com escritores da Nigéria (Soyinka, 1986), do Egito (Mahfouz, 1988), da África do Sul (Gordimer, 1991), Ilhas Maurícias (Le Clézio, 2018) e Tanzânia (Gurnah, 2021).
Temos e já tivemos grandes nomes em nossa literatura, podendo citar João Cabral de Melo Neto – poeta consagrado, finalista em apostas nos anos 1990 -, Jorge Amado – um dos mais traduzidos autores brasileiros, o qual já foi cogitado internacionalmente -, Carlos Drummond de Andrade – ícone da poesia brasileira moderna -, Clarice Lispector – reconhecida mundialmente pela inovação literária -, Lygia Fagundes Telles – ganhadora do Prêmio Camões -, Nélida Piñon – ex-presidente da Academia Brasileira de Letras -, o manauara Milton Hatoum – nome atual com grande projeção fora do Brasil – assim como Conceição Evaristo – nome contemporâneo que tem ganhado força em discussões recentes.
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Mas a pergunta permanece: quando será que teremos o nosso representante da literatura nacional laureado pela Academia Sueca de Letras?